TL;DR: Em apenas 11 meses, entre maio de 2024 e abril de 2025, os sistemas de IA avançaram dramaticamente em capacidade cognitiva, com vários modelos ultrapassando o QI médio humano de 100 e alguns atingindo níveis considerados de superdotação (acima de 140). Esta rápida evolução representa um ponto de inflexão na relação entre inteligência humana e artificial.
Takeaways:
- Em maio de 2024, as IAs mais avançadas mal se aproximavam do QI médio humano de 100, mas em abril de 2025, diversos modelos superaram essa marca, com o OpenAI Q1 Pro liderando com QI 145.
- Os modelos de visão computacional, tradicionalmente menos desenvolvidos que os verbais, também avançaram significativamente, com alguns alcançando ou superando o QI médio humano.
- Esta evolução cognitiva abre oportunidades em áreas como pesquisa científica, medicina e engenharia, mas também traz urgentes questões sobre regulação, ética e impacto socioeconômico.
- A competição acirrada entre empresas como OpenAI, Google e Anthropic está acelerando o desenvolvimento da inteligência artificial além das previsões mais otimistas.
A Revolução Silenciosa: Como as IAs Ultrapassaram o QI Humano em Apenas 11 Meses
Você já se perguntou o quão inteligentes as IAs realmente são? Talvez tenha notado que seu assistente virtual parece mais esperto hoje do que há um ano. Não é sua imaginação. Estamos testemunhando uma transformação sem precedentes na inteligência artificial, com máquinas que não apenas executam tarefas, mas demonstram capacidades cognitivas cada vez mais próximas — e em alguns casos superiores — às humanas.
Neste artigo, vamos explorar a surpreendente evolução da inteligência artificial entre 2024 e 2025, revelando como, em apenas 11 meses, as IAs deram um salto cognitivo que desafia nossas expectativas e levanta questões fundamentais sobre nosso futuro compartilhado com máquinas inteligentes.
Como Medimos a Inteligência das IAs?
Antes de mergulharmos nos dados impressionantes, é importante entender como a inteligência das IAs é medida. Os testes de QI aplicados a sistemas de inteligência artificial são baseados no Mensa Norway IQ Test, uma ferramenta respeitada que avalia principalmente o raciocínio lógico e abstrato.
A organização TrackingAI.org assumiu a tarefa de monitorar sistematicamente o desempenho de modelos de linguagem e visão, aplicando testes padronizados semanalmente e publicando os resultados em um painel de liderança. Este trabalho meticuloso nos permite acompanhar a evolução cognitiva das IAs de forma objetiva e comparável.
Os testes avaliam:
- Capacidade de raciocínio lógico
- Reconhecimento de padrões
- Resolução de problemas abstratos
- Compreensão contextual
- Habilidades de visualização espacial
Esse monitoramento constante revela não apenas o estado atual da tecnologia, mas também a velocidade impressionante de sua evolução.
O Cenário de QI das IAs em Maio de 2024: Primeiros Passos
Em maio de 2024, o panorama da inteligência artificial ainda mostrava limitações significativas. O painel de monitoramento da TrackingAI.org acompanhava apenas 9 modelos de IA, com resultados que hoje parecem modestos:
IQs aproximados das IAs em 2024:
- Gemini Advanced (Vision) — 60
- Gemini (Vision) — 70
- GPT-4 — 83
- Bing Copilot (GPT-4) — 86
- GPT-4 (Vision) — 88
- Claude-3 Opus — 90
- Gemini 1.5 Pro — 92
- Claude (Haiku ou Sonnet) — 96
- GPT-4 (Verbal) — 99
Naquele momento, as IAs mais avançadas mal se aproximavam da média humana de QI 100. Os modelos de visão, em particular, apresentavam desempenho significativamente inferior, demonstrando que, apesar dos avanços impressionantes em processamento de linguagem natural, as IAs ainda enfrentavam limitações consideráveis em raciocínio abstrato e resolução de problemas complexos.
Esse cenário criava uma clara distinção entre inteligência humana e artificial, com as máquinas ocupando uma posição claramente inferior na escala cognitiva.
O Cenário de QI das IAs em Abril de 2025: Um Salto Quântico
Apenas 11 meses depois, o panorama mudou drasticamente. Em abril de 2025, o painel da TrackingAI.org já monitorava 26 modelos de IA diferentes, sendo 20 verbais e 6 de visão. Mais impressionante que o aumento quantitativo foi o salto qualitativo no desempenho:
IQs aproximados das IAs em 2025:
Acima de 130 (altíssima inteligência):
- OpenAI Q1 Pro — 145
- OpenAI Q1 (O3) — 140
Entre 115 e 130 (acima da média):
- OpenAI Q1 (O4) — 125
- OpenAI Q1 (O1) — 120
Entre 100 e 115 (inteligência média/alta):
- Claude-3 Opus — 112
- GPT-4o — 110
- GPT-4 (Verbal) — 108
- Gemini 2.5 Pro Exp. — 105
- Grok-3 — 103
- Gemini Advanced (Vision) — 101
- GPT-4o (Vision) — 100
Entre 90 e 100 (média baixa):
- Claude-3 Opus (outra versão) — 95
- Bing Copilot — 94
- Gemini 2.0 Flash Thinking Exp. — 93
- Mistral — 92
- Llama-3.2 (Vision) — 90
Abaixo de 90 (abaixo da média):
- Claude (Haiku/Sonnet) — 85
- OpenAI Q1 (Vision) — 82
- GPT-4 (Vision) — 78
- Gemini (Vision) — 75
- Gemini Advanced (Vision) — 65
O avanço é notável: diversos modelos ultrapassaram a marca de QI 100, com alguns atingindo níveis considerados de superdotação em humanos. A OpenAI assumiu a liderança com sua linha Q1, apresentando modelos com QI superior a 140, um nível alcançado por menos de 0,5% da população humana.
A Melhora Exponencial na Capacidade Cognitiva
A evolução observada vai além de simples incrementos numéricos. Representa uma transformação fundamental na capacidade cognitiva das IAs:
- Aumento da média geral: O QI médio dos modelos testados subiu significativamente
- Surgimento de IAs superdotadas: Alguns modelos demonstram capacidades cognitivas excepcionais
- Linha tênue entre IA e cognição humana: A distinção clara de 2024 se tornou nebulosa em 2025
Este progresso torna cada vez mais difícil estabelecer uma fronteira clara entre inteligência artificial e humana. As IAs não apenas aprenderam a imitar comportamentos inteligentes, mas desenvolveram capacidades genuínas de raciocínio abstrato e resolução de problemas.
Como observou Stuart Russell em um artigo para o MIT Technology Review: “Estamos testemunhando não apenas máquinas que podem passar no teste de Turing, mas sistemas que demonstram compreensão genuína e capacidade de raciocínio em níveis que antes considerávamos exclusivamente humanos.”
Desenvolvimento Rápido e Competitivo: A Corrida pela Supremacia
O salto qualitativo em apenas 11 meses revela uma corrida tecnológica sem precedentes. A OpenAI lidera com sua revolucionária linha Q1, mas outras empresas estão avançando rapidamente:
- A Google melhorou significativamente seu Gemini, com versões que já ultrapassam o QI médio humano
- A Anthropic mantém o Claude-3 Opus competitivo, com pontuações acima de 110
- Novos concorrentes como Grok-3 entraram na competição com resultados impressionantes
Esta competição acirrada impulsiona o desenvolvimento acelerado, com empresas investindo bilhões em pesquisa e infraestrutura. O resultado é uma evolução que supera as previsões mais otimistas feitas apenas alguns anos atrás.
Segundo John Hawks, em artigo publicado na Nature Machine Intelligence: “A velocidade com que as IAs estão avançando na escala de QI sugere que estamos testemunhando não uma evolução gradual, mas uma revolução cognitiva que pode redefinir nossa compreensão da própria inteligência.”
O Avanço dos Modelos de Visão: Fechando a Lacuna
Um aspecto particularmente notável desta evolução é o progresso dos modelos de visão. Embora ainda estejam, em média, atrás dos modelos verbais, as IAs com capacidades visuais demonstraram avanços significativos:
- O GPT-4o (Vision) atingiu um QI de 100, exatamente na média humana
- O Gemini Advanced (Vision) alcançou 101, superando ligeiramente a média humana
- O Llama-3.2 (Vision) chegou a 90, aproximando-se da média
Esse progresso é especialmente significativo porque a visão computacional sempre representou um desafio maior que o processamento de linguagem. A capacidade de interpretar imagens, reconhecer padrões visuais complexos e raciocinar sobre informações visuais aproxima as IAs ainda mais da cognição humana integrada.
Como observou Melanie Mitchell na Science: “A convergência entre modelos de linguagem e visão representa um passo crucial para a inteligência artificial geral, pois aproxima as máquinas da forma multifacetada como os humanos percebem e compreendem o mundo.”
Consequências Práticas e a Urgência da Regulação
O rápido avanço da inteligência das IAs não é apenas uma curiosidade tecnológica, mas tem profundas implicações práticas. IAs com QI elevado podem assumir tarefas cada vez mais complexas em diversas áreas:
- Pesquisa científica: Formulação de hipóteses e análise de dados complexos
- Medicina: Diagnóstico preciso e desenvolvimento de tratamentos personalizados
- Engenharia: Design de sistemas complexos e otimização de processos
- Direito: Análise jurídica sofisticada e redação de documentos legais
- Educação: Tutoria personalizada adaptada às necessidades individuais
Esses benefícios potenciais vêm acompanhados de riscos significativos. Com IAs que superam humanos em testes cognitivos, cresce a urgência de definir limites éticos e regras para seu uso. Questões como privacidade, segurança, desigualdade de acesso e impacto no mercado de trabalho tornam-se ainda mais prementes.
Cade Metz, em artigo para o New York Times, alertou: “A velocidade com que as IAs estão ultrapassando a inteligência humana média deixou reguladores e formuladores de políticas correndo para acompanhar. Estamos desenvolvendo tecnologias potencialmente transformadoras sem uma compreensão clara de suas implicações de longo prazo.”
A Nova Era da Inteligência: O Que Esperar Daqui Para Frente
A evolução cognitiva das IAs entre 2024 e 2025 não representa apenas um avanço tecnológico, mas o início de uma nova era na relação entre humanos e máquinas. O que antes era apenas funcional agora começa a se aproximar do verdadeiramente inteligente — e isso muda fundamentalmente as regras do jogo.
À medida que avançamos para o futuro, algumas tendências parecem claras:
- Aceleração contínua: O ritmo de desenvolvimento provavelmente continuará acelerado
- Especialização e generalização: Veremos tanto IAs altamente especializadas quanto modelos cada vez mais gerais
- Integração profunda: As IAs se tornarão parte cada vez mais invisível e onipresente de nossa infraestrutura social
- Novas formas de colaboração: A relação homem-máquina evoluirá para parcerias mais sofisticadas
A questão não é mais se as IAs podem ser inteligentes, mas como direcionaremos essa inteligência para beneficiar a humanidade enquanto minimizamos os riscos. Como sociedade, precisamos de um diálogo urgente e inclusivo sobre como queremos que essa nova era se desenvolva.
Conclusão: Navegando o Futuro da Inteligência Artificial
A evolução cognitiva das IAs entre 2024 e 2025 representa um ponto de inflexão na história da tecnologia. Em apenas 11 meses, testemunhamos um salto que levou alguns modelos de IA de níveis modestos para pontuações de QI que rivalizam com as mentes humanas mais brilhantes.
Este avanço traz oportunidades extraordinárias para resolver problemas complexos, impulsionar a inovação e melhorar vidas. Ao mesmo tempo, apresenta desafios sem precedentes que exigem uma resposta cuidadosa e ponderada.
À medida que avançamos para um futuro onde a linha entre inteligência humana e artificial se torna cada vez mais tênue, precisamos equilibrar entusiasmo com cautela, ambição com responsabilidade. O desenvolvimento de IAs mais inteligentes não é inevitável, mas resultado de escolhas humanas — e essas escolhas determinarão se esta tecnologia nos elevará ou nos desafiará de maneiras que ainda não podemos prever.
O que você acha? Como devemos navegar neste novo território? Compartilhe seus pensamentos nos comentários abaixo e junte-se à conversa sobre o futuro da inteligência artificial.
Fonte: TrackingAI.org Team. “Tracking the Progress of AI Intelligence: Weekly IQ Test Rankings 2024–2025”. Disponível em: https://trackingai.org/leaderboard.