Guia Completo: Inovações Tecnológicas no Setor Financeiro Brasileiro para 2021
Introdução
O setor financeiro brasileiro está passando por uma transformação digital sem precedentes, com inovações tecnológicas que prometem revolucionar a forma como interagimos com serviços bancários. Para 2021, os bancos brasileiros prepararam uma agenda robusta de tecnologia, focada principalmente na expansão do Pix, implementação do Open Banking, uso de inteligência artificial e analytics, além de investimentos significativos em cibersegurança e modernização de sistemas. Este guia detalhado apresenta as principais inovações tecnológicas previstas para o setor financeiro brasileiro em 2021, explicando cada uma delas e seu impacto potencial para consumidores e empresas.
Os bancos brasileiros continuam sendo importantes indutores de inovação no país, investindo anualmente cerca de R$ 24,6 bilhões em tecnologia para melhorar a experiência do usuário, modernizar sistemas e adaptar-se às novas demandas do mercado. Estas inovações visam não apenas otimizar processos internos, mas também promover a inclusão digital e oferecer serviços com maior valor agregado e eficiência para milhões de brasileiros.
Neste guia, você encontrará informações detalhadas sobre as novas funcionalidades do Pix, as fases de implementação do Open Banking, o uso de inteligência artificial e analytics no atendimento bancário, investimentos em cibersegurança e a remodelagem do mercado de registro de recebíveis. Cada seção fornece uma visão abrangente das mudanças previstas e seu potencial impacto no ecossistema financeiro brasileiro.
Pré-requisitos
Para melhor compreensão deste guia, é recomendável:
- Conhecimento básico sobre serviços bancários digitais
- Familiaridade com conceitos de pagamentos eletrônicos
- Compreensão geral sobre o funcionamento do sistema financeiro brasileiro
1. Novas Funcionalidades do Pix
Expansão do sistema de pagamentos instantâneos
O Pix, sistema de pagamentos instantâneos lançado pelo Banco Central do Brasil, já demonstra resultados impressionantes em sua fase inicial. Com volumes de transações diárias entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões, o sistema provou sua estabilidade e aceitação pelo público. Este sucesso inicial evidencia a alta demanda por soluções de pagamento instantâneo no Brasil, confirmando as expectativas do setor financeiro quanto à relevância desta inovação.
Para 2021, um dos principais focos da agenda evolutiva do Pix será adicionar novas funcionalidades ao sistema, com ênfase especial no impulso às transações P2B (pessoa para empresa). O objetivo é reduzir significativamente a necessidade de uso de dinheiro em espécie nas transações comerciais, promovendo maior digitalização da economia brasileira. Esta evolução representa um passo importante na modernização do sistema financeiro nacional, aproximando o Brasil das tendências globais de pagamentos digitais.
A expansão do Pix está alinhada com a estratégia dos bancos brasileiros de promover a inclusão digital e financeira, oferecendo serviços com maior valor agregado, mais eficiência e redução de custos para os usuários. Como afirma Isaac Sidney, presidente da FEBRABAN: “Os bancos brasileiros sempre funcionaram como um importante indutor em inovações no país e iremos continuar ajudando o cliente na inclusão digital que lhe permita ter acesso a serviços com maior valor agregado, mais eficiência e redução de custos”.
Implementação do Pix Cobrança (março/2021)
Em março de 2021, o Banco Central do Brasil dará início ao funcionamento do Pix Cobrança, uma funcionalidade que permitirá que lojistas, varejistas e prestadores de serviços criem QR Codes impressos para receberem pagamentos. Esta inovação representa um avanço significativo na digitalização do comércio brasileiro, oferecendo uma alternativa moderna e eficiente aos tradicionais boletos bancários e máquinas de cartão.
Com o Pix Cobrança, será possível realizar cobranças com vencimentos em datas futuras, uma característica que amplia consideravelmente a versatilidade do sistema. Além disso, a funcionalidade permitirá a inclusão de cálculos automáticos de juros, multas e descontos em pagamentos, tornando o processo de cobrança mais flexível e adaptável às necessidades específicas de cada negócio. Esta capacidade de personalização das condições de pagamento torna o Pix Cobrança uma ferramenta poderosa para a gestão financeira de empresas de todos os portes.
Para os consumidores, o Pix Cobrança representará maior conveniência, com a possibilidade de efetuar pagamentos de forma instantânea simplesmente escaneando um QR Code, sem a necessidade de digitar informações extensas como ocorre com boletos tradicionais. Para os comerciantes, além da redução de custos com emissão de boletos e taxas de máquinas de cartão, a funcionalidade oferecerá maior agilidade no recebimento dos valores e melhor controle do fluxo de caixa, contribuindo para a saúde financeira dos negócios.
Saque Pix e Pix Garantido
Para o segundo trimestre de 2021, está prevista a implementação do Saque Pix, uma funcionalidade inovadora que possibilitará aos usuários realizar saques em dinheiro em estabelecimentos comerciais cadastrados. O processo funcionará de maneira simples: o usuário fará uma transferência via Pix para o estabelecimento e, em contrapartida, receberá o valor correspondente em espécie. Esta funcionalidade tem o potencial de transformar a forma como os brasileiros acessam dinheiro físico, ampliando significativamente os pontos de saque disponíveis no país.
O Saque Pix trará benefícios tanto para consumidores quanto para comerciantes. Para os consumidores, representará maior conveniência, com a possibilidade de sacar dinheiro durante compras rotineiras, sem a necessidade de deslocamento até agências bancárias ou caixas eletrônicos. Para os comerciantes, além de potencialmente aumentar o fluxo de clientes em seus estabelecimentos, a funcionalidade poderá reduzir os custos e riscos associados ao transporte e depósito de valores em espécie, uma vez que o dinheiro em caixa poderá ser “reciclado” através dos saques realizados pelos clientes.
Também previsto para 2021, o Pix Garantido permitirá que os usuários realizem transações parceladas, similar às compras com cartão de crédito. Esta funcionalidade ampliará significativamente o escopo de utilização do Pix, permitindo seu uso em transações de maior valor que normalmente seriam parceladas. O Pix Garantido representa um passo importante na evolução do sistema de pagamentos instantâneos, potencialmente impactando o mercado de cartões de crédito ao oferecer uma alternativa digital, instantânea e potencialmente com menores custos para comerciantes e consumidores.
2. Implementação do Open Banking
Conceito e benefícios do sistema
O Open Banking, também conhecido como Sistema Financeiro Aberto, representa uma transformação significativa no ecossistema financeiro brasileiro. Trata-se de um sistema que, através do uso de APIs (Interfaces de Programação de Aplicações), permite o compartilhamento padronizado de dados e serviços financeiros entre diferentes instituições, sempre com o consentimento explícito do cliente. Esta inovação abre caminho para a criação de novos produtos e serviços financeiros, potencialmente mais personalizados e competitivos.
O principal objetivo do Open Banking é aumentar a competição e a inovação no setor financeiro, permitindo que fintechs e instituições menores tenham acesso a dados anteriormente restritos aos grandes bancos. Com isso, espera-se uma democratização dos serviços financeiros, com maior transparência nas informações e melhores condições para os consumidores. Como afirma Leandro Vilain, diretor da FEBRABAN: “O Open Banking é uma iniciativa positiva, que incentiva a inovação, trará maior conveniência e uma melhor experiência do cliente com os serviços financeiros. Também tende a intensificar as ofertas de valor para os clientes, com novos produtos e serviços”.
Para os consumidores, o Open Banking promete maior conveniência, com a possibilidade de visualizar e gerenciar diferentes contas e serviços financeiros em uma única plataforma. Além disso, o sistema facilita a comparação entre produtos e serviços de diferentes instituições, permitindo escolhas mais informadas e potencialmente mais vantajosas. Para as instituições financeiras, representa uma oportunidade de inovação e de oferta de serviços mais personalizados, baseados em uma compreensão mais abrangente do perfil financeiro dos clientes.
Cronograma de implementação em quatro fases
A implementação do Open Banking no Brasil seguirá um cronograma estruturado em quatro fases ao longo de 2021, permitindo uma adaptação gradual tanto para as instituições financeiras quanto para os consumidores. Na primeira fase, com prazo até 1º de fevereiro, os participantes obrigatórios do sistema deverão desenvolver e disponibilizar um grupo de APIs contendo dados de canais de atendimento, produtos e serviços oferecidos, como os relativos a contas de depósito à vista e operações de crédito. Esta fase inicial estabelece as bases para o compartilhamento de informações padronizadas entre as instituições.
A segunda fase, com prazo até 15 de julho, avançará para o compartilhamento de cadastros e transações de clientes relativos aos produtos e serviços da fase 1. Este é um passo significativo, pois marca o início do compartilhamento efetivo de dados dos clientes entre instituições, sempre mediante seu consentimento explícito. Esta fase exigirá robustos mecanismos de segurança e privacidade para garantir a proteção das informações compartilhadas.
A terceira fase, com prazo até 30 de agosto, abrangerá os serviços de iniciação de transação de pagamento, permitindo que instituições autorizadas iniciem pagamentos em nome dos clientes, diretamente de suas contas em outras instituições. Já a quarta e última fase, com prazo até 15 de dezembro, expandirá o escopo para outros produtos, serviços e transações de clientes, como operações de câmbio, investimentos, seguros e contas-salário. Ao final deste processo, o Brasil terá um dos sistemas de Open Banking mais abrangentes do mundo, cobrindo praticamente todos os serviços financeiros relevantes.
Impactos esperados para o mercado financeiro
A implementação do Open Banking no Brasil promete transformar profundamente a dinâmica do mercado financeiro nacional, criando um ambiente mais competitivo e centrado no cliente. Com a possibilidade de compartilhamento de dados entre instituições, espera-se uma redução significativa das barreiras de entrada para novos players, especialmente fintechs e instituições financeiras de menor porte. Esta democratização do acesso a dados anteriormente restritos aos grandes bancos tem o potencial de nivelar o campo de jogo, estimulando a inovação e a criação de soluções financeiras mais adaptadas às necessidades específicas dos consumidores.
Para os clientes, o Open Banking representará maior poder de escolha e negociação. Com a possibilidade de compartilhar seu histórico financeiro com diferentes instituições, os consumidores poderão obter ofertas mais personalizadas e potencialmente mais vantajosas em termos de taxas e condições. Além disso, a consolidação de informações de diferentes contas e serviços em uma única plataforma simplificará significativamente a gestão financeira pessoal, permitindo uma visão mais holística e estratégica das finanças.
No longo prazo, o Open Banking poderá catalisar uma transformação ainda mais profunda no setor financeiro, com o surgimento de novos modelos de negócio e a redefinição do papel tradicional dos bancos. É possível que vejamos uma transição gradual de instituições financeiras como provedoras diretas de produtos para plataformas que agregam e distribuem serviços financeiros de terceiros, sempre focando na experiência integrada do cliente. Esta evolução alinha-se com tendências globais de plataformização da economia e tem o potencial de criar um ecossistema financeiro mais dinâmico, eficiente e centrado no usuário.
3. Inteligência Artificial e Analytics no Setor Bancário
Evolução do atendimento personalizado ao cliente
A inteligência artificial tem revolucionado os serviços bancários, aproximando significativamente os bancos de seus clientes ao permitir um atendimento cada vez mais personalizado e eficiente. Em 2021, essa tecnologia continuará evoluindo no atendimento bancário, principalmente por meio de chatbots e assistentes virtuais cada vez mais sofisticados. Estes sistemas, alimentados por algoritmos avançados de aprendizado de máquina, são capazes de compreender linguagem natural, interpretar intenções e fornecer respostas contextualizadas, criando experiências de atendimento que se aproximam cada vez mais da interação humana.
Os assistentes virtuais baseados em IA não apenas ajudam a tirar dúvidas e fornecer informações básicas, mas também auxiliam em consultas mais complexas e até mesmo sugerem investimentos personalizados com base no perfil financeiro do cliente. Esta capacidade mostrou-se particularmente valiosa durante a pandemia da Covid-19, quando as medidas de isolamento social limitaram o acesso às agências físicas. A IA permitiu que os bancos mantivessem um alto nível de atendimento mesmo à distância, contribuindo para a continuidade dos serviços financeiros em um momento crítico.
A personalização possibilitada pela IA vai além do simples reconhecimento do cliente pelo nome. Os sistemas atuais são capazes de analisar o histórico de transações, preferências e comportamentos para antecipar necessidades, oferecer recomendações relevantes e até mesmo alertar sobre potenciais problemas financeiros. Esta abordagem proativa transforma fundamentalmente a relação entre bancos e clientes, passando de interações meramente transacionais para um relacionamento mais consultivo e de valor agregado, onde o banco atua como um parceiro na jornada financeira do cliente.
Aplicações de IA em processos internos bancários
Além de revolucionar o atendimento ao cliente, a inteligência artificial está transformando profundamente os processos internos dos bancos, otimizando operações de backoffice e aumentando a eficiência operacional. Uma área que tem se beneficiado significativamente é o onboarding digital de clientes, onde algoritmos de IA analisam documentos, verificam identidades e avaliam riscos em questão de segundos, permitindo a abertura de contas e contratação de serviços de forma rápida, segura e totalmente digital. Esta automação não apenas reduz custos operacionais, mas também melhora significativamente a experiência do cliente, eliminando a necessidade de processos burocráticos e visitas presenciais.
O reconhecimento de imagens baseado em IA também tem encontrado diversas aplicações no setor bancário, desde a verificação biométrica para autenticação segura até a análise automatizada de documentos para processos de crédito e compliance. Estas tecnologias permitem que os bancos processem grandes volumes de informações visuais com precisão e velocidade impossíveis para operadores humanos, reduzindo erros e acelerando processos críticos.
Outra área de aplicação crucial da IA nos bancos é o desenvolvimento de modelos avançados de risco de crédito. Utilizando técnicas de aprendizado de máquina, os bancos podem analisar centenas de variáveis e identificar padrões complexos que escapariam aos modelos estatísticos tradicionais. Isso permite avaliações de crédito mais precisas e personalizadas, potencialmente expandindo o acesso a crédito para segmentos anteriormente não atendidos, como pequenas empresas sem histórico de crédito extenso ou indivíduos com perfis financeiros não convencionais. Ao mesmo tempo, estes modelos avançados ajudam a reduzir taxas de inadimplência, beneficiando tanto os bancos quanto o sistema financeiro como um todo.
Combinação de IA e analytics para soluções personalizadas
O uso combinado de inteligência artificial com analytics (análise avançada de dados) representa uma das mais poderosas tendências no setor bancário para 2021. Esta integração permite que os bancos interpretem vastos volumes de informações estruturadas e não estruturadas, gerando indicadores de desempenho (KPIs) cada vez mais robustos e completos. Com base nessas análises aprofundadas, as instituições financeiras podem desenvolver uma compreensão muito mais nuançada e multidimensional de seus clientes, identificando padrões, tendências e oportunidades que seriam impossíveis de detectar com métodos analíticos tradicionais.
Esta compreensão aprimorada do perfil e comportamento dos clientes permite que os bancos ofereçam serviços e produtos verdadeiramente sob medida, alinhados não apenas com o histórico financeiro, mas também com o momento de vida atual dos clientes. Por exemplo, durante a pandemia da Covid-19, a combinação de IA e analytics permitiu que os bancos identificassem clientes potencialmente afetados pela crise econômica e proativamente oferecessem soluções adaptadas, como renegociação de dívidas, pausas em pagamentos ou linhas de crédito emergenciais com condições especiais.
Além de beneficiar os clientes com ofertas mais relevantes e personalizadas, esta abordagem data-driven também traz vantagens competitivas significativas para as instituições financeiras. A capacidade de antecipar necessidades e comportamentos dos clientes permite uma alocação mais eficiente de recursos, redução de custos de aquisição de clientes, aumento nas taxas de conversão de ofertas e fortalecimento da fidelidade do cliente. No longo prazo, os bancos que melhor dominarem a combinação de IA e analytics estarão posicionados para liderar a próxima geração de serviços financeiros, caracterizada por experiências hiperpersonalizadas e contextualmente relevantes em todos os pontos de contato com o cliente.
4. Cibersegurança e Segurança da Informação
Investimentos significativos em segurança digital
Os bancos brasileiros têm demonstrado um compromisso contínuo e expressivo com a segurança digital, investindo anualmente cerca de R$ 2 bilhões em sistemas de tecnologia da informação (TI) voltados especificamente para segurança. Este montante representa aproximadamente 10% dos gastos totais do setor com TI, evidenciando a prioridade que as instituições financeiras atribuem à proteção de dados e transações. Tal nível de investimento coloca o setor bancário brasileiro entre os mais avançados do mundo em termos de infraestrutura de segurança digital.
Estes investimentos substanciais são direcionados para diversas frentes de segurança, incluindo sistemas de detecção e prevenção de intrusões, soluções avançadas de autenticação multifator, criptografia de ponta a ponta, monitoramento contínuo de transações e implementação de tecnologias emergentes como inteligência artificial para detecção de padrões suspeitos. A abordagem holística adotada pelos bancos brasileiros visa criar múltiplas camadas de proteção, seguindo o princípio de defesa em profundidade, onde a falha de um mecanismo de segurança é compensada por outros controles redundantes.
A importância destes investimentos torna-se ainda mais evidente no contexto da acelerada digitalização dos serviços financeiros, impulsionada tanto por tendências de longo prazo quanto pela recente pandemia da Covid-19. Com o aumento exponencial do volume de transações digitais e a crescente sofisticação das ameaças cibernéticas, a robustez dos sistemas de segurança tornou-se um fator crítico não apenas para a proteção dos ativos financeiros, mas também para a manutenção da confiança dos clientes nos canais digitais. Os bancos brasileiros reconhecem que a segurança não é apenas uma questão técnica, mas um elemento fundamental de sua proposta de valor e reputação institucional.
Laboratório de Segurança Cibernética da FEBRABAN
Em resposta aos desafios crescentes de segurança no ambiente digital, a FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) inaugurou o Laboratório de Segurança Cibernética, uma iniciativa pioneira que visa fortalecer a resiliência do sistema financeiro brasileiro contra ameaças cibernéticas. Este laboratório representa um importante avanço na abordagem colaborativa à segurança, reconhecendo que os desafios atuais transcendem instituições individuais e requerem esforços coordenados de todo o setor.
O Laboratório de Segurança Cibernética da FEBRABAN tem como objetivo principal melhorar o compartilhamento de informações sobre ameaças e vulnerabilidades entre as instituições financeiras brasileiras. Este intercâmbio de inteligência sobre ameaças em tempo real permite que os bancos se beneficiem da experiência coletiva do setor, identificando e respondendo a novos vetores de ataque com maior agilidade. Além disso, o laboratório serve como plataforma para o desenvolvimento e teste de novas tecnologias e metodologias de segurança, promovendo a inovação contínua em defesa cibernética.
Outro aspecto fundamental do laboratório é seu foco no treinamento e desenvolvimento de profissionais especializados em segurança cibernética. Através de programas de capacitação, certificações e exercícios práticos de resposta a incidentes, a iniciativa busca ampliar e qualificar o contingente de especialistas em segurança no Brasil, enfrentando a escassez global de talentos nesta área crítica. Este investimento em capital humano é tão importante quanto os investimentos em tecnologia, pois mesmo os sistemas mais avançados dependem de profissionais qualificados para sua implementação, operação e evolução contínua.
Proteção contra fraudes e ataques cibernéticos
Para enfrentar o cenário cada vez mais complexo de ameaças digitais, os bancos brasileiros têm aprimorado continuamente seus canais de atendimento e equipes especializadas dedicadas à identificação de comportamentos suspeitos e prevenção de fraudes. Estas equipes utilizam uma combinação de tecnologias avançadas e expertise humana para monitorar transações em tempo real, detectando anomalias e padrões potencialmente fraudulentos antes que resultem em prejuízos financeiros.
Os sistemas de detecção de fraudes modernos empregam algoritmos sofisticados de aprendizado de máquina que analisam centenas de variáveis em milissegundos para determinar a legitimidade de cada transação. Estes sistemas “aprendem” continuamente com novas tentativas de fraude, adaptando-se à evolução das táticas utilizadas por criminosos. Além disso, as instituições financeiras brasileiras têm investido em tecnologias biométricas avançadas, como reconhecimento facial, digital e de voz, para fortalecer a autenticação de usuários e reduzir o risco de acessos não autorizados.
A proteção contra ataques cibernéticos mais amplos, como invasões de sistemas e sequestro de dados, também recebe atenção prioritária. Os bancos implementam arquiteturas de segurança em camadas, incluindo firewalls de última geração, sistemas de prevenção de intrusões, soluções de proteção contra malware avançado e mecanismos robustos de backup e recuperação de dados. Paralelamente, realizam regularmente testes de penetração e exercícios de resposta a incidentes para identificar vulnerabilidades e aprimorar protocolos de contingência. Esta abordagem proativa e multifacetada é essencial em um contexto onde os ataques cibernéticos tornam-se cada vez mais sofisticados e os impactos potenciais mais severos, tanto em termos financeiros quanto reputacionais.
5. Remodelagem do Mercado de Registro de Recebíveis
Nova regulamentação do Banco Central
Uma importante inovação regulatória que impactará significativamente o mercado financeiro brasileiro em 2021 é a Resolução 4.734 do Banco Central, que estabelece novas regras para o registro de recebíveis provenientes de pagamentos com cartões de crédito. Esta resolução, que entrará em vigor a partir de 17 de fevereiro de 2021, determina que todos os recebíveis de cartões deverão ser obrigatoriamente registrados em uma câmara registradora autorizada pelo Banco Central, criando um sistema centralizado e transparente para o controle desses ativos financeiros.
A nova regulamentação representa uma transformação profunda no mercado de antecipação de recebíveis, que movimenta bilhões de reais anualmente no Brasil. Até então, este mercado operava de forma relativamente fragmentada, com informações dispersas entre diferentes adquirentes (empresas de máquinas de cartão) e instituições financeiras. A centralização do registro desses recebíveis em câmaras registradoras trará maior transparência e segurança para todas as partes envolvidas, reduzindo significativamente o risco de duplicidade de garantias e outras práticas problemáticas que ocasionalmente ocorriam no sistema anterior.
Um dos aspectos mais relevantes desta nova regulamentação é que ela permitirá que os lojistas tenham maior liberdade de escolha sobre com quem desejam antecipar seus recebíveis. No modelo anterior, os lojistas frequentemente ficavam vinculados às instituições financeiras parceiras de suas adquirentes. Com o novo sistema, poderão comparar ofertas de diferentes instituições e optar pela que oferecer as melhores condições, potencialmente reduzindo custos financeiros e aumentando a competitividade no mercado de antecipação de recebíveis. Esta maior liberdade de escolha deve beneficiar especialmente pequenos e médios comerciantes, que historicamente tinham menos poder de negociação neste mercado.
Extensão para duplicatas escriturais
A transformação do mercado de registro de recebíveis não se limitará aos recebíveis de cartões de crédito. Em 2021, a obrigatoriedade de registro eletrônico também se estenderá às duplicatas escriturais, ampliando significativamente o escopo e o impacto desta modernização regulatória. Esta expansão está alinhada com a tendência global de digitalização de títulos de crédito e representa um passo importante na modernização do sistema financeiro brasileiro.
As duplicatas escriturais são versões digitais das tradicionais duplicatas mercantis, utilizadas como instrumentos de crédito em transações comerciais. A convenção para o registro eletrônico dessas duplicatas ainda está sendo elaborada pelas escrituradoras signatárias em conjunto com o Banco Central, garantindo que o novo sistema atenda às necessidades específicas deste mercado. A padronização e centralização do registro de duplicatas escriturais trará benefícios similares aos observados no mercado de recebíveis de cartões, incluindo maior transparência, redução de fraudes e aumento da eficiência operacional.
Para empresas de todos os portes, especialmente pequenas e médias que dependem do desconto de duplicatas como importante fonte de capital de giro, esta modernização promete facilitar o acesso a financiamento com potencialmente melhores condições. A maior transparência e segurança proporcionadas pelo registro eletrônico centralizado tende a reduzir o risco percebido pelas instituições financeiras, o que pode se traduzir em taxas mais competitivas e processos de aprovação mais ágeis. Além disso, a digitalização completa do processo elimina a necessidade de manuseio de documentos físicos, reduzindo custos operacionais e acelerando o ciclo de financiamento.
O papel da tecnologia na segurança e eficiência
A tecnologia será o pilar fundamental para garantir segurança, solidez e mitigação de fraudes nesta significativa remodelagem do mercado de registro de garantias. A implementação de sistemas robustos de registro eletrônico exige infraestrutura tecnológica avançada, capaz de processar grandes volumes de transações com alta disponibilidade, integridade e confidencialidade. As câmaras registradoras estão investindo em plataformas tecnológicas de ponta, muitas delas baseadas em tecnologias como blockchain, que oferecem características intrínsecas de imutabilidade e rastreabilidade, ideais para sistemas de registro financeiro.
Além da infraestrutura básica, soluções avançadas de segurança da informação são essenciais para proteger os dados sensíveis armazenados nestes sistemas centralizados. Isto inclui mecanismos robustos de criptografia, controles granulares de acesso, monitoramento contínuo de atividades suspeitas e procedimentos rigorosos de autenticação. A concentração de informações valiosas sobre recebíveis em plataformas centralizadas naturalmente as torna alvos atrativos para ataques cibernéticos, exigindo níveis excepcionais de proteção.
A tecnologia também desempenha papel crucial na eficiência e agilidade dos novos processos de registro e negociação de recebíveis. Interfaces de programação de aplicações (APIs) bem projetadas permitirão a integração fluida entre os sistemas das câmaras registradoras, instituições financeiras, adquirentes e estabelecimentos comerciais. Esta interoperabilidade é fundamental para que os benefícios teóricos da nova regulamentação se traduzam em melhorias práticas para todos os participantes do ecossistema. Ao facilitar o fluxo de informações entre as diferentes partes, a tecnologia contribui para processos mais ágeis, redução de custos operacionais e melhores experiências para os usuários finais, sejam eles grandes corporações ou pequenos comerciantes.
6. Investimentos em Infraestrutura e Tecnologia Bancária
Modernização de sistemas legados
Os bancos brasileiros estão realizando investimentos expressivos na modernização de seus sistemas legados, reconhecendo que a infraestrutura tecnológica tradicional, embora robusta, frequentemente impõe limitações à inovação e agilidade necessárias no ambiente digital contemporâneo. Estes sistemas legados, muitos deles desenvolvidos há décadas, foram projetados para processar grandes volumes de transações de forma segura e confiável, mas não necessariamente para se adaptar rapidamente a novas demandas ou integrar-se facilmente com tecnologias emergentes.
A modernização destes sistemas envolve diferentes abordagens, desde a completa substituição por plataformas mais modernas até estratégias de encapsulamento, onde interfaces contemporâneas são construídas sobre os sistemas existentes. Muitas instituições estão adotando arquiteturas baseadas em microserviços, que dividem aplicações monolíticas em componentes menores e independentes, facilitando atualizações incrementais e permitindo maior flexibilidade. Esta abordagem modular permite que os bancos modernizem gradualmente suas infraestruturas sem interromper operações críticas, minimizando riscos operacionais.
Paralelamente à modernização dos sistemas internos, os bancos estão investindo na migração controlada para ambientes de nuvem, aproveitando a escalabilidade, flexibilidade e eficiência oferecidas por estas plataformas. Esta transição, que ocorre com rigorosos controles de segurança e conformidade regulatória, permite que as instituições financeiras reduzam significativamente o tempo de lançamento de novos produtos e serviços, além de otimizar custos operacionais de TI. A combinação de sistemas modernizados com infraestrutura em nuvem cria a base tecnológica necessária para suportar a próxima geração de serviços financeiros digitais, caracterizados por alta personalização, disponibilidade constante e experiências integradas.
Melhoria da experiência do usuário em canais digitais
Com o crescente uso de canais digitais para operações bancárias, os bancos brasileiros estão direcionando parte significativa de seus investimentos tecnológicos para a melhoria da experiência do usuário nestas plataformas. Este foco reflete o reconhecimento de que, no ambiente digital, a qualidade da experiência do usuário tornou-se um diferencial competitivo tão importante quanto as características dos produtos financeiros em si. Os investimentos abrangem desde o redesenho de interfaces de aplicativos e websites até a implementação de funcionalidades inovadoras que simplificam e enriquecem a jornada do cliente.
Um aspecto crucial desta evolução é a adoção de princípios de design centrado no usuário, onde as necessidades, preferências e comportamentos dos clientes orientam o desenvolvimento das soluções digitais. Equipes multidisciplinares, incluindo designers de experiência do usuário, cientistas comportamentais e especialistas em acessibilidade, trabalham em conjunto com desenvolvedores técnicos para criar interfaces intuitivas, inclusivas e agradáveis. Esta abordagem holística visa eliminar pontos de atrito nas jornadas digitais, permitindo que os clientes realizem desde transações simples até operações mais complexas com facilidade e segurança.
Além da otimização das interfaces, os bancos estão investindo em capacidades avançadas de personalização, utilizando dados e inteligência artificial para adaptar a experiência digital às necessidades específicas de cada cliente. Isto inclui desde a customização de menus e funcionalidades mais utilizadas até recomendações contextuais de produtos e serviços relevantes para o momento de vida do usuário. Esta personalização em tempo real transforma aplicativos bancários de simples ferramentas transacionais em assistentes financeiros inteligentes, capazes de antecipar necessidades e oferecer orientações personalizadas, fortalecendo o relacionamento entre o cliente e a instituição.
Investimentos em tecnologias emergentes
Os bancos brasileiros estão na vanguarda da adoção de tecnologias emergentes, dedicando parte substancial de seus orçamentos anuais de tecnologia para explorar e implementar inovações que têm o potencial de transformar fundamentalmente os serviços financeiros. Estas tecnologias incluem inteligência artificial avançada, analytics de big data, computação em nuvem, blockchain, internet das coisas (IoT) e interfaces conversacionais, entre outras. Os investimentos nestas áreas não são apenas experimentais, mas estratégicos, visando posicionar as instituições financeiras brasileiras competitivamente no cenário global de inovação financeira.
A inteligência artificial e analytics recebem atenção especial, com investimentos que vão além de aplicações básicas para incluir modelos sofisticados de aprendizado profundo, processamento de linguagem natural avançado e sistemas de visão computacional. Estas tecnologias estão sendo aplicadas em diversas áreas, desde a personalização da experiência do cliente e otimização de processos internos até análises preditivas para gestão de riscos e detecção de fraudes. A capacidade de extrair insights acionáveis de vastos volumes de dados estruturados e não estruturados representa uma vantagem competitiva significativa no ambiente financeiro cada vez mais data-driven.
A cibersegurança também recebe investimentos expressivos, refletindo a crescente sofisticação das ameaças digitais e a importância crítica da proteção de dados e transações financeiras. Os bancos estão implementando soluções avançadas de segurança que utilizam inteligência artificial para detectar anomalias e comportamentos suspeitos em tempo real, além de tecnologias emergentes como autenticação biométrica multimodal e criptografia quântica. Estes investimentos em segurança não visam apenas proteger ativos e informações, mas também construir e manter a confiança dos clientes, um ativo intangível fundamental para instituições financeiras no ambiente digital.
7. Inovação como Indutor de Inclusão Digital
Foco na inclusão digital e acesso a serviços financeiros
Os bancos brasileiros têm assumido um papel proativo como indutores de inclusão digital, reconhecendo que o acesso a serviços financeiros digitais é um componente fundamental para a participação plena na economia moderna. Como afirma Isaac Sidney, presidente da FEBRABAN: “Os bancos brasileiros sempre funcionaram como um importante indutor em inovações no país e iremos continuar ajudando o cliente na inclusão digital que lhe permita ter acesso a serviços com maior valor agregado, mais eficiência e redução de custos”. Esta declaração reflete o compromisso do setor bancário em utilizar a inovação tecnológica não apenas como ferramenta de competitividade, mas também como veículo de transformação social.
As iniciativas de inclusão digital dos bancos abrangem desde o desenvolvimento de interfaces simplificadas e intuitivas, acessíveis a usuários com diferentes níveis de familiaridade tecnológica, até programas educacionais que visam aumentar a literacia digital e financeira da população. Muitas instituições têm criado versões “leves” de seus aplicativos, otimizadas para funcionar em smartphones mais básicos e em conexões de internet limitadas, garantindo que barreiras tecnológicas não impeçam o acesso a serviços financeiros essenciais.
Além de adaptar suas soluções digitais para diferentes perfis de usuários, os bancos estão expandindo ativamente o alcance de seus serviços para regiões e comunidades historicamente subatendidas. Isto inclui o desenvolvimento de modelos de negócio inovadores, como o uso de correspondentes bancários equipados com tecnologia digital, e a criação de produtos financeiros especificamente desenhados para atender às necessidades de populações de baixa renda ou em áreas remotas. Estas iniciativas demonstram como a tecnologia, quando aplicada com propósito social, pode ser um poderoso instrumento de inclusão e democratização do acesso a serviços financeiros.
Eficiência e redução de custos nos serviços financeiros
A busca por maior eficiência e redução de custos nos serviços financeiros representa um dos principais vetores de inovação tecnológica no setor bancário brasileiro. Os investimentos em automação, digitalização de processos e implementação de tecnologias emergentes têm permitido que os bancos otimizem suas operações, reduzindo custos operacionais e, consequentemente, oferecendo serviços mais acessíveis aos clientes. Esta evolução é particularmente relevante em um país com dimensões continentais como o Brasil, onde a logística tradicional de atendimento bancário impõe desafios significativos.
A digitalização end-to-end de processos bancários, desde a abertura de contas e contratação de produtos até a resolução de problemas e atendimento ao cliente, elimina etapas manuais, reduz erros e acelera significativamente o tempo de resposta. Estas melhorias de eficiência traduzem-se em benefícios tangíveis para os clientes, como menores tarifas para serviços digitais, processos de aprovação de crédito mais ágeis e disponibilidade 24/7 de praticamente todos os serviços bancários essenciais. Para muitos brasileiros, especialmente aqueles em localidades distantes de centros urbanos, a possibilidade de realizar operações bancárias remotamente representa não apenas conveniência, mas uma significativa economia de tempo e recursos.
Além da redução direta de custos, a eficiência operacional possibilitada pela tecnologia permite que os bancos redistribuam recursos para áreas de maior valor agregado, como desenvolvimento de produtos inovadores, melhoria da experiência do cliente e iniciativas de educação financeira. Esta realocação estratégica de recursos contribui para um ciclo virtuoso de inovação, onde ganhos de eficiência financiam novos avanços tecnológicos, que por sua vez geram maior eficiência e valor para clientes e instituições. O resultado é um ecossistema financeiro mais dinâmico, inclusivo e orientado ao cliente, alinhado com as melhores práticas globais e adaptado às necessidades específicas do mercado brasileiro.
Compromisso com a evolução tecnológica contínua
O setor bancário brasileiro demonstra um compromisso consistente com a evolução tecnológica contínua, evidenciado pelo investimento anual de aproximadamente R$ 24,6 bilhões em tecnologia. Este montante expressivo reflete a visão estratégica de longo prazo das instituições financeiras brasileiras, que entendem a inovação não como uma iniciativa pontual, mas como um processo contínuo e fundamental para sua sustentabilidade e relevância no mercado. O compromisso vai além do aspecto financeiro, manifestando-se também na cultura organizacional, estruturas de governança e modelos operacionais cada vez mais orientados à inovação.
Muitos bancos brasileiros estabeleceram laboratórios de inovação, incubadoras internas e programas estruturados de colaboração com startups, criando ecossistemas que fomentam o desenvolvimento e implementação rápida de novas ideias. Estas iniciativas permitem que as instituições financeiras tradicionais combinem sua escala, base de clientes e conhecimento regulatório com a agilidade, criatividade e especialização técnica características do ambiente de startups. O resultado é uma aceleração significativa no ciclo de inovação, permitindo que novos conceitos sejam testados, refinados e escalados em prazos cada vez mais curtos.
Este compromisso com a evolução tecnológica contínua é impulsionado não apenas pela competição interna do setor, mas também pelo reconhecimento das rápidas mudanças nas expectativas dos clientes e pelo surgimento de novos competidores não tradicionais, como fintechs e big techs. Os bancos brasileiros entendem que, em um mundo cada vez mais digital e interconectado, a capacidade de se adaptar rapidamente e liderar a inovação tecnológica é essencial não apenas para o crescimento, mas para a própria relevância e sobrevivência no longo prazo. Ao manter este compromisso com a evolução contínua, o setor bancário brasileiro posiciona-se como um dos mais inovadores globalmente, contribuindo significativamente para a modernização e inclusão financeira no país.
Conclusão
As inovações tecnológicas no setor financeiro brasileiro para 2021 representam um conjunto abrangente e integrado de transformações que prometem revolucionar a experiência bancária para milhões de brasileiros. A expansão do Pix com novas funcionalidades como Pix Cobrança, Saque Pix e Pix Garantido ampliará significativamente as possibilidades de pagamentos instantâneos, reduzindo a dependência de dinheiro em espécie e facilitando transações comerciais. Paralelamente, a implementação gradual do Open Banking ao longo do ano criará um ecossistema financeiro mais aberto, competitivo e centrado no cliente, permitindo o surgimento de produtos e serviços inovadores baseados no compartilhamento seguro de dados.
O uso crescente de inteligência artificial e analytics no setor bancário está transformando tanto o atendimento ao cliente quanto os processos internos, possibilitando experiências mais personalizadas e decisões mais precisas baseadas em dados. Estas tecnologias, combinadas com investimentos robustos em cibersegurança e modernização do mercado de registro de recebíveis, estão construindo um sistema financeiro mais eficiente, seguro e inclusivo. A remodelagem do mercado de recebíveis, em particular, promete maior transparência e melhores condições para empresas de todos os portes, contribuindo para um ambiente de negócios mais dinâmico.
O compromisso contínuo dos bancos brasileiros com a inovação tecnológica, evidenciado pelo investimento anual de aproximadamente R$ 24,6 bilhões, demonstra a visão estratégica do setor em utilizar a tecnologia não apenas como ferramenta de competitividade, mas também como veículo de inclusão digital e financeira. As tendências apresentadas apontam para um futuro onde os serviços financeiros serão cada vez mais digitais, personalizados e acessíveis, exigindo adaptação constante tanto das instituições quanto dos usuários. Neste cenário de transformação acelerada, a colaboração entre bancos tradicionais, fintechs, reguladores e consumidores será fundamental para construir um ecossistema financeiro que combine inovação, segurança e inclusão, beneficiando a economia brasileira como um todo.
Fonte: FEBRABAN – Federação Brasileira de Bancos. “Agenda de Tecnologia dos Bancos para 2021”. Disponível em: https://www.robertodiasduarte.com.br/confira-a-agenda-de-tecnologia-dos-bancos-para-2021/.