FAQ: Pesquisa Rosenberg MAP Survey 2024 – Tendências e Desafios para Firmas Contábeis nos EUA
Introdução
A Pesquisa Rosenberg MAP Survey 2024 representa um dos mais importantes estudos sobre o mercado contábil americano, oferecendo insights valiosos sobre tendências, desafios e oportunidades no setor. Com dados coletados de 293 firmas contábeis de diversos tamanhos, esta análise robusta revela um panorama detalhado das práticas financeiras e operacionais que estão moldando o futuro da contabilidade nos Estados Unidos. Este FAQ foi elaborado para esclarecer os principais pontos desta pesquisa, ajudando profissionais e interessados no setor a compreenderem as implicações desses dados para o mercado contábil atual e futuro.
Perguntas Frequentes
1. O que é a Pesquisa Rosenberg MAP Survey e qual sua relevância para o setor contábil?
A Pesquisa Rosenberg MAP Survey é um estudo abrangente que coleta e analisa dados financeiros e operacionais de firmas contábeis nos Estados Unidos. Com participação de 293 empresas de diferentes portes, a pesquisa utiliza uma metodologia robusta que inclui revisão por CPAs independentes, garantindo a precisão e confiabilidade das informações apresentadas. Esta abordagem metodológica rigorosa resulta em uma alta taxa de retenção de participantes, com 82% das firmas tendo contribuído tanto para a edição de 2023 quanto para a de 2024.
A relevância desta pesquisa para o setor contábil é substancial, pois ela fornece benchmarks confiáveis que permitem às firmas compararem seu desempenho com concorrentes de tamanho similar. Além disso, a consistência metodológica ao longo dos anos possibilita a identificação de tendências de longo prazo, oferecendo insights valiosos sobre a evolução do mercado. Estes dados tornam-se ferramentas estratégicas para tomada de decisões, planejamento de crescimento e implementação de mudanças operacionais.
Para pesquisadores, consultores e líderes do setor, a Rosenberg MAP Survey representa uma fonte primária de informações sobre o estado atual e as direções futuras da indústria contábil americana. Sua abrangência e profundidade fazem dela um recurso indispensável para quem busca compreender as dinâmicas do mercado e posicionar-se estrategicamente frente aos desafios e oportunidades emergentes.
2. Quais são as principais diferenças de crescimento e rentabilidade entre firmas contábeis de diferentes tamanhos?
A pesquisa revela disparidades significativas no crescimento e na rentabilidade entre firmas contábeis de diferentes portes. As empresas com receita superior a US$ 20 milhões registraram um crescimento expressivo de 12,5%, incluindo fusões e aquisições, demonstrando uma capacidade superior de expansão. Em contraste, as firmas menores, com receita abaixo de US$ 2 milhões, apresentaram taxas de crescimento mais modestas, variando entre 3,1% e 10,6%. Esta diferença ilustra como o tamanho da firma influencia diretamente sua capacidade de crescimento no mercado atual.
A disparidade torna-se ainda mais evidente quando analisamos a rentabilidade por sócio. Nas firmas de menor porte, a renda média por sócio é de aproximadamente US$ 298.345, enquanto nas maiores empresas esse valor salta para US$ 724.260 – uma diferença superior a 140%. Esta variação substancial reflete não apenas diferenças de escala, mas também de eficiência operacional, capacidade de atração de clientes de maior valor e habilidade de implementar estruturas de preços mais vantajosas.
Para 2024, as projeções de crescimento de receita para o setor variam entre 8,5% e 9,7%, indicando expectativas positivas para o mercado como um todo. No entanto, é provável que a disparidade entre grandes e pequenas firmas persista, reforçando a tendência de consolidação do mercado. Estas diferenças de desempenho financeiro têm implicações estratégicas importantes, sinalizando que firmas menores podem precisar considerar especializações de nicho, parcerias estratégicas ou mesmo fusões para manterem-se competitivas no cenário atual.
3. Quais são os principais desafios de pessoal enfrentados pelas firmas contábeis e como estão sendo abordados?
O setor contábil enfrenta desafios significativos relacionados à gestão de pessoal, com destaque para a alta taxa de rotatividade de funcionários, que atinge 12,9% em média. Esta instabilidade na força de trabalho representa um obstáculo considerável para a continuidade operacional e a manutenção da qualidade dos serviços, além de gerar custos adicionais relacionados a recrutamento, treinamento e perda de conhecimento institucional. A escassez de profissionais qualificados intensifica ainda mais esta problemática, criando um ambiente altamente competitivo para a atração e retenção de talentos.
Em resposta a esses desafios, as firmas estão adotando estratégias diversas, com destaque para a terceirização e o offshoring. A pesquisa indica que mais de 66% das grandes firmas (acima de US$ 10 milhões em receita) estão aumentando significativamente o uso dessas práticas. Estas abordagens permitem às empresas acessar pools de talentos globais, reduzir custos operacionais e manter a capacidade de atendimento durante períodos de pico de demanda, como a temporada fiscal, sem necessariamente expandir seu quadro permanente de funcionários.
Além da terceirização, muitas firmas estão investindo em programas de desenvolvimento profissional, políticas de trabalho flexível e estruturas de remuneração competitivas para melhorar a retenção. A implementação de tecnologias de automação também surge como estratégia complementar, permitindo que os profissionais se concentrem em atividades de maior valor agregado e reduzindo a carga de trabalho associada a tarefas repetitivas. Estas múltiplas abordagens refletem a complexidade do desafio de pessoal e a necessidade de soluções integradas para enfrentá-lo efetivamente.
4. Como as taxas de faturamento e utilização variam entre as firmas contábeis e o que isso indica?
As taxas de faturamento por hora dos sócios apresentam variações significativas conforme o tamanho e a localização das firmas contábeis. De acordo com a pesquisa, os sócios cobram em média entre US$ 326 e US$ 447 por hora, com as firmas maiores e aquelas localizadas em grandes centros urbanos geralmente praticando valores mais elevados. Esta disparidade reflete diferenças no posicionamento de mercado, na complexidade dos serviços oferecidos e no poder de precificação que empresas de maior porte conseguem exercer, além de variações no custo de vida e na dinâmica competitiva de diferentes regiões.
Quanto às taxas de utilização do pessoal, a pesquisa revela números que variam entre 53,2% e 56,9%, indicando que há espaço significativo para otimização da capacidade produtiva nas firmas contábeis. Estes percentuais sugerem que, em média, quase metade do tempo potencialmente produtivo dos profissionais não está sendo convertido diretamente em faturamento. Este fenômeno é particularmente desafiador para firmas menores, que frequentemente enfrentam dificuldades para equilibrar a carga de trabalho ao longo do ano, especialmente considerando a sazonalidade característica do setor.
As implicações destas métricas são profundas para a gestão estratégica das firmas. Taxas de utilização subótimas podem indicar ineficiências operacionais, problemas de alocação de recursos ou dificuldades na gestão da demanda. Por outro lado, taxas excessivamente altas podem levar ao esgotamento dos profissionais e comprometer a qualidade do serviço. O desafio para as firmas contábeis está em encontrar o equilíbrio ideal, implementando sistemas de gestão de projetos mais eficientes, adotando modelos de precificação baseados em valor (em vez de tempo) e utilizando tecnologias para automatizar tarefas administrativas e de baixo valor agregado.
5. Qual o impacto do Private Equity no mercado contábil americano?
A entrada do Private Equity no setor contábil americano está provocando uma transformação estrutural significativa, impulsionando um movimento acelerado de consolidação através de fusões e aquisições. Estes investidores institucionais identificaram no mercado contábil uma oportunidade de criação de valor através da formação de grupos maiores, capazes de oferecer serviços mais abrangentes e especializados. Como resultado, firmas tradicionalmente independentes estão sendo incorporadas a estruturas corporativas mais amplas, alterando o panorama competitivo do setor.
A busca por escala e capacidades adicionais constitui o principal motivador dessas transações. As firmas maiores resultantes dessas consolidações conseguem diluir custos fixos, como infraestrutura tecnológica e funções administrativas, além de ampliar seu alcance geográfico e portfólio de serviços. Para os investidores de Private Equity, estas sinergias representam oportunidades de incremento de rentabilidade, enquanto para as firmas adquiridas, a integração pode significar acesso a recursos que individualmente seriam inacessíveis, como tecnologias avançadas e capital para expansão.
O impacto desta tendência no mercado é multifacetado e está redefinindo as dinâmicas competitivas do setor. Por um lado, a consolidação pode levar a uma maior profissionalização da gestão e a investimentos mais robustos em inovação. Por outro, suscita preocupações sobre a preservação da cultura das firmas tradicionais e a potencial padronização excessiva de serviços que historicamente se beneficiaram de uma abordagem personalizada. Para firmas de médio e pequeno porte que desejam permanecer independentes, este cenário impõe desafios adicionais, exigindo estratégias claras de diferenciação e especialização para competir em um mercado cada vez mais dominado por grandes grupos.
6. Como as firmas contábeis estão adotando tecnologias avançadas e IA, e quais os benefícios observados?
As firmas contábeis americanas estão intensificando a adoção de tecnologias avançadas e inteligência artificial como resposta estratégica aos desafios de eficiência e escassez de talentos. Esta transformação digital abrange desde a implementação de sistemas de automação para processamento de documentos e conciliações bancárias até o uso de algoritmos de IA para análise preditiva e detecção de anomalias em dados financeiros. A pesquisa Rosenberg MAP Survey 2024 indica que esta tendência é mais pronunciada entre as firmas de maior porte, que possuem recursos para investimentos tecnológicos substanciais, embora esteja gradualmente se difundindo para empresas de todos os tamanhos.
O principal benefício observado nesta adoção tecnológica é a automação de processos repetitivos e intensivos em mão de obra, como lançamentos contábeis, preparação de declarações fiscais padronizadas e geração de relatórios recorrentes. Esta automação libera os profissionais para se concentrarem em atividades de maior valor agregado, como análise estratégica, planejamento fiscal complexo e consultoria de negócios. Além disso, as tecnologias de IA estão permitindo às firmas identificar padrões e tendências em grandes volumes de dados financeiros, oferecendo insights mais profundos e tempestivos para seus clientes.
A transição para modelos de negócio mais consultivos, facilitada pela tecnologia, está redefinindo o papel do contador na economia americana. Em vez de meros processadores de informações financeiras, os profissionais contábeis estão se posicionando como conselheiros estratégicos, capazes de interpretar dados e orientar decisões de negócios. Esta evolução não apenas aumenta o valor percebido dos serviços contábeis, mas também cria novas fontes de receita para as firmas, compensando a potencial erosão de margens em serviços tradicionais devido à automação e à pressão competitiva. Para maximizar estes benefícios, as firmas precisam investir não apenas em tecnologia, mas também no desenvolvimento de novas competências em suas equipes.
7. Quais são as implicações da pesquisa para o futuro das firmas contábeis e quais estratégias são recomendadas?
A Pesquisa Rosenberg MAP Survey 2024 aponta para um futuro do setor contábil marcado por crescimento contínuo, porém com transformações estruturais significativas. As projeções de crescimento de receita entre 8,5% e 9,7% para 2024 indicam um mercado robusto, mas que exigirá adaptações estratégicas das firmas para capturar este valor. A crescente disparidade de desempenho entre grandes e pequenas empresas sugere que o tamanho e a escala continuarão sendo fatores determinantes de sucesso, intensificando a pressão por consolidação no mercado. Simultaneamente, os desafios persistentes de retenção de talentos e otimização de recursos humanos demandarão abordagens inovadoras para gestão de pessoal.
Para navegar com sucesso neste cenário, as firmas contábeis precisarão priorizar investimentos em tecnologia, não apenas como meio de aumentar a eficiência operacional, mas como plataforma para transformação de seus modelos de negócio. A adoção de soluções de IA e automação deve ser vista como parte de uma estratégia mais ampla de evolução dos serviços oferecidos, migrando de atividades transacionais para consultivas. Paralelamente, será crucial desenvolver estratégias eficazes de atração e retenção de talentos, incluindo programas de desenvolvimento profissional, políticas de trabalho flexível e culturas organizacionais que valorizem o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
A exploração de parcerias estratégicas emerge como terceiro pilar fundamental para a sustentabilidade futura. Estas parcerias podem assumir diversas formas, desde alianças com provedores de tecnologia e serviços complementares até fusões e aquisições que ampliem capacidades e alcance geográfico. Para firmas menores, a especialização em nichos específicos de mercado ou indústrias particulares pode representar uma alternativa viável à consolidação, permitindo a diferenciação em um mercado cada vez mais competitivo. Em última análise, o sucesso dependerá da capacidade das firmas de combinar estas diferentes estratégias em uma abordagem coerente e alinhada com suas forças e posicionamento únicos no mercado.
8. Como a metodologia da Pesquisa Rosenberg MAP Survey garante a confiabilidade dos dados apresentados?
A robustez metodológica da Pesquisa Rosenberg MAP Survey é um dos seus principais diferenciais, garantindo a confiabilidade e aplicabilidade dos dados para decisões estratégicas no setor contábil. O processo inicia-se com a coleta abrangente de informações financeiras e operacionais de 293 firmas contábeis de diversos tamanhos e regiões dos Estados Unidos, assegurando uma amostra representativa do mercado. Esta diversidade de participantes permite que os resultados capturem adequadamente as nuances e variações existentes no setor, desde pequenas práticas locais até grandes empresas com atuação nacional.
Um aspecto particularmente importante da metodologia é a revisão dos dados por dois CPAs (Contadores Públicos Certificados) independentes, que verificam a consistência e precisão das informações fornecidas pelas firmas participantes. Este processo de validação externa minimiza o risco de inconsistências e erros, elevando significativamente a confiabilidade dos resultados. Adicionalmente, a pesquisa mantém uma alta taxa de retenção de participantes, com 82% das firmas tendo contribuído tanto para a edição de 2023 quanto para a de 2024, o que permite análises comparativas consistentes ao longo do tempo e a identificação de tendências genuínas, em vez de flutuações amostrais.
A metodologia também incorpora procedimentos de normalização e segmentação dos dados, permitindo comparações justas entre firmas de tamanhos similares. Esta abordagem reconhece que diferentes portes de empresas enfrentam realidades distintas e possuem benchmarks específicos, evitando conclusões enviesadas ou inaplicáveis. Os resultados são apresentados com detalhamento suficiente para serem acionáveis, mas sem comprometer a confidencialidade das informações individuais das firmas participantes, estabelecendo um equilíbrio entre transparência e proteção de dados sensíveis. Este rigor metodológico faz da Rosenberg MAP Survey uma referência confiável para o planejamento estratégico no setor contábil americano.
9. Como a terceirização e o offshoring estão impactando a estrutura operacional das firmas contábeis?
A terceirização e o offshoring estão emergindo como estratégias transformadoras na estrutura operacional das firmas contábeis americanas, especialmente entre as de maior porte. De acordo com a pesquisa, mais de 66% das grandes firmas estão aumentando significativamente estas práticas como resposta aos desafios de capacidade e à escassez de talentos locais. Esta tendência representa uma mudança fundamental no modelo operacional tradicional do setor, que historicamente dependia quase exclusivamente de equipes internas e locais para a execução de serviços contábeis e fiscais.
A implementação destas estratégias está criando estruturas operacionais mais complexas e globalmente distribuídas. Funções como processamento contábil, preparação de declarações fiscais e revisões de qualidade estão sendo crescentemente delegadas a equipes remotas, frequentemente localizadas em países com custos operacionais mais baixos e disponibilidade de profissionais qualificados, como Índia, Filipinas e países da América Latina. Esta redistribuição geográfica do trabalho permite às firmas americanas operar em modelos “follow-the-sun”, com processamento contínuo de tarefas ao longo de diferentes fusos horários, aumentando a velocidade de entrega e a capacidade de resposta a demandas sazonais.
As implicações desta transformação são multifacetadas e afetam diversos aspectos da operação das firmas. Por um lado, a terceirização pode resultar em economias significativas de custos e maior flexibilidade na gestão de capacidade, especialmente durante períodos de pico de demanda. Por outro, introduz novos desafios relacionados à gestão de equipes remotas, controle de qualidade, segurança de dados e cumprimento de regulamentações transfronteiriças. As firmas bem-sucedidas nesta transição são aquelas que desenvolvem processos robustos de integração entre equipes internas e externas, estabelecem mecanismos eficazes de controle de qualidade e investem em infraestrutura tecnológica que facilite a colaboração remota e segura. Esta evolução operacional está redefinindo não apenas como o trabalho é executado, mas também os perfis de competências valorizados nas equipes internas, com ênfase crescente em habilidades de gestão de projetos, comunicação intercultural e supervisão estratégica.
Conclusão
A Pesquisa Rosenberg MAP Survey 2024 revela um setor contábil americano em transformação, caracterizado por crescimento contínuo, mas com desafios significativos e disparidades crescentes entre firmas de diferentes portes. Os dados apresentados apontam para tendências claras que moldarão o futuro do mercado: consolidação acelerada impulsionada pelo Private Equity, adoção crescente de tecnologias avançadas e IA, e uma dependência cada vez maior de estratégias de terceirização para enfrentar desafios de capacidade e talento.
Para prosperar neste cenário em evolução, as firmas contábeis precisarão adotar abordagens estratégicas que combinem investimentos tecnológicos, desenvolvimento de talentos e exploração de parcerias estratégicas. A capacidade de transformar modelos de negócio, migrando de serviços transacionais para consultivos de maior valor agregado, será determinante para o sucesso a longo prazo. Igualmente importante será a habilidade de criar estruturas operacionais flexíveis e eficientes, que aproveitem ao máximo os recursos disponíveis, sejam eles internos ou externos.
A pesquisa oferece não apenas um diagnóstico do estado atual do mercado, mas também um roteiro para as adaptações necessárias em um setor que continua fundamental para a economia americana, mesmo enquanto passa por uma profunda reinvenção em suas práticas, estruturas e propostas de valor.
Fonte: Roberto Dias Duarte. “Entendendo os principais dados da Rosenberg MAP Survey 2024: O que esperar para o futuro das firmas de contabilidade”. Disponível em: https://www.robertodiasduarte.com.br/entendendo-os-principais-dados-da-rosenberg-map-survey-2024-o-que-esperar-para-o-futuro-das-firmas-de-contabilidade/. Acesso em: hoje.