Elas precisam atuar na busca sustentável pelo conhecimento e no uso das novas tecnologias. Ou seja, cada minuto e centavo investidos em capacitação devem ter aplicabilidade imediata, gerando valor ou reduzindo custos.
Nesse sentido, a instituição do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) e da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), em atraso sistemático pelas empresas para sua adaptação, mostra o quanto ainda precisamos evoluir, tanto em capacidade quanto em mentalidade.
“A informática apenas substituiu o processo antigo, feito à mão, conferindo a ele maior agilidade”. Esta frase, que se tornou célebre no setor de ERP –Enterprise Resource Planning, reflete com exatidão a realidade do mercado no Brasil.
Ao contrário do fisco, que provocou “A Revolução da Informação”, obtendo um salto de eficiência, as empresas brasileiras continuam considerando a TI como ferramenta de aumento de produtividade individual.
Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (2009), a Totvs lidera a área de software para gestão empresarial no País, com 39% deste mercado, seguida por SAP (23%) e Oracle (18%).
Em um estudo mais recente, intitulado “Latin America Semiannual ERM Tracker 1H10”, disponibilizado pela International Data Corporation (IDC), de 2010, a Totvs atingiu 45,3% de participação do mercado total do Brasil (incluindo micro, pequenas, médias, grandes empresas, governo e educação), mantendo-se 14,4% à frente do segundo colocado.
A empresa líder no mercado de ERP’s declara ter 25,2 mil clientes ativos, uma marca fantástica para um player da área de TI, contudo insignificante se comparada à quantidade de empresas brasileiras, ou seja: 3,6 milhões no Simples Nacional, 870 mil no Lucro Presumido, 150 mil enquadradas no Lucro Real e menos de 10 mil em acompanhamento diferenciado da RFB (grandes contribuintes).
Todas elas já estão ou estarão, em breve, inseridas no gigantesco B2G chamado SPED. E pensar que todos os fornecedores de ERP juntos atendem a menos de 1% desse contingente.
No entanto, percebe-se no Brasil a tendência clara, porém lenta ainda, de implantação de ERP’s nas pequenas empresas. A mineira Mastermaq, por exemplo, teve suas raízes no fornecimento de aplicativos para escritórios contábeis, segmento no qual atingiria a liderança.
Mas, com o aumento da demanda por sistemas de gestão com maior robustez contábil e fiscal, a composição de sua carteira tem se modificado. Basicamente formada por contadores no início, em pouco mais de uma década cerca da metade dos seus 44 mil clientes passaria a ter perfil empresarial.
As empresas brasileiras, como nos exemplos citados anteriormente, não poderão mais prorrogar a utilização de ferramentas tão importantes e fundamentais como essas, a fim de continuar atuando em um mercado cada vez mais competitivo.