Como ser um profissional do futuro

Como ser um profissional do futuro

A importância e o papel do profissional foram se transformando ao longo do tempo. No início o trabalhador era visto como extensão das máquinas e contratado exclusivamente em razão de sua força bruta. Com o aprimoramento da industrialização, passou a ser encarado de uma outra forma, detentor de necessidades e motivações pessoais. A chegada da era da Informação, na década de 1990, trouxe o conhecimento para o centro da preocupação de uma empresa, mudando radicalmente sua relação com o funcionário. Como receptor e difusor deste conhecimento, ele ganhou mais relevância. De mero funcionário, tornou-se colaborador e parceiro da organização e sua relação com o trabalho ganhou novas nuances.

De acordo com o CEO do Instituto Gente, Arthur Shinyashiki, um profissional bem adaptado a essas novas demandas organizacionais não pode mais se guiar apenas pela questão financeira e precisa estar engajado emocionalmente com a função que exerce dentro de uma empresa. “Quem não equilibra a parte financeira com a parte emotiva não está atuando para ser um profissional do futuro”, afirma. Conforme o CEO do Instituto Gente, algumas competências são necessárias para encontrar este tipo de equilíbrio e ser bem-sucedido na carreira.

Shinyashiki é referência em orientações sobre a carreira do alto de sua bem-sucedida experiência profissional. O CEO do Instituto Gente já trabalhou em cargo de gestor nas renomadas agências de publicidade DM9DDB e Ogilvy e, aos 25 anos de idade, criou sua primeira startup, a desenvolvedora de apps, social, que conquistou clientes importantes como Fnac, Bacardi, Dots e muitos outros. Abaixo, comenta a respeito das sete competências imprescindíveis para um profissional do futuro. São elas: adaptabilidade; inteligência emocional; mente de campeão; liderança inspiradora; visão de estrategista; produtividade; e paixão.

As sete competências para um profissional do futuro

A adaptabilidade é a capacidade de um indivíduo em se moldar às necessidades, situações e circunstâncias apresentadas. Conforme o CEO do Instituto Gente, trata-se da aptidão de viver em condições diferentes daquelas as quais está naturalmente acostumado. Em tempos de pandemia, tornou-se uma das competências mais importantes, certamente.

Shinyashiki destaca cinco habilidades necessárias para o desenvolvimento da adaptabilidade. São elas: gosto pela mudança, ou melhor, sentir prazer no desafio e se forçar a ver o lado positivo dos acontecimentos; foco no interior – não arrumar desculpas e sentir-se bem consigo próprio; aprender rápido – treinar e praticar para desenvolver competências; adquirir conhecimento em T, onde o eixo horizontal é o conhecimento geral e o eixo vertical é o conhecimento específico; e evolução constante, pois em um mundo que está em constante mudança não é possível estagnar. “Ficar parado, na verdade é retroceder”, diz.

A inteligência emocional está relacionada à habilidade de lidar com os próprios sentimentos e afetos na hora de tomar decisões importantes pessoais e profissionais. “Se você não tem capacidade de dominar suas próprias emoções, você não vai conseguir realizar de maneira adequada nenhum planejamento”, comenta Shinyashiki.

Cinco habilidades definem a inteligência emocional: a consciência emocional refere-se à aptidão de reconhecer, identificar e compreender as próprias emoções, percebendo como elas afetam os pensamentos, comportamentos e decisões. A gestão emocional é a capacidade de dosar os sentimentos e impulsos, com o objetivo de definir e realizar as ações necessárias.  A leitura emocional é o exercício da empatia. A conexão emocional é a habilidade de relacionar-se. Já a maturidade emocional é a capacidade individual de realizar todos os passos anteriores do processo da inteligência emocional.

Ter mente de campeão é ter foco, ser capaz de pacificar seus diálogos internos. “Se você não consegue vencer a batalha que está sendo travada dentro de si mesmo, certamente não vencerá nenhum desafio externo. Se você se critica e se deprecia demais, as chances de alcançar o sucesso são sabotadas”, afirma Shinyashiki. Assim, é preciso de início controlar a própria mente para depois executar seu planejamento.

O desenvolvimento de uma mente de campeão passa por diversos passos, entre os quais, ter uma consciência serena, livre de preocupações, enraizada no presente, para que seja mais fácil fazer a leitura correta da situação apresentada. É necessário ainda controlar a energia. Esta ação é fundamental para alta performance, pois energia demais pode deixar alguém afobado e energia de menos, ineficiente. Blindar-se de negatividade, ou seja, evitar a “torcida contra” que atrapalha o alto desempenho, também é essencial. Assim como saber identificar o momento decisivo para agir.

Um pessoa que exerce uma liderança inspiradora tem boas estratégias e é um exemplo a ser seguido. Engana-se, porém, quem acha que esta competência serve apenas para quem ocupa cargo de chefia. O CEO do Instituto Gente pondera que, mesmo para quem ainda está começando a carreira, é imprescindível saber liderar todos a sua volta, fornecendo a seu chefe as ferramentas para que ele consiga comandar de maneira mais eficiente. “É preciso ter liderança vertical, liderança horizontal, autoliderança. Lidere o seu chefe e os seus stakeholders também”, diz.

Conforme Shinyashiki, uma liderança inspiradora se fundamenta no tripé da gestão da liderança, que é formado por processos, indicadores e pessoas. Processos são a sequência de tarefas, áreas, departamentos ou funções de um negócio. Indicadores são os parâmetros adequados que avaliam o resultado individual e do time na realização dos processos. E pessoas são os colaboradores da empresa. Conhecer os processos do trabalho é fundamental para desenvolver uma visão sistêmica capaz de integrar e fazer a empresa funcionar de maneira eficiente. Estabelecer indicadores de desempenho de processo é importante para saber o que está funcionando e conseguir estimular os colaboradores a evoluírem em favor de suas metas. Gerir as pessoas é fundamental pois são elas o maior patrimônio da empresa.

O profissional que tem visão de estrategista é capaz de prever cenários futuros e antecipar jogadas. De acordo com o CEO do Instituto Gente, essa competência é fundamental para não ser pego desprevenido por qualquer contingência e conseguir sair das mais difíceis situações, minimizando os danos e, também, para conseguir se preparar para as mudanças e sair na frente dos demais.

Nesse sentido, uma pessoa com visão estratégica aguçada costuma definir bem seus objetivos. O estrategista deve também ter um plano sólido, para minimizar os obstáculos que surgirão no caminho. Outra competência é saber estabelecer indicadores de processo e de resultados, que consigam mensurar a eficiência da estratégia empregada. Estar pronto para imprevistos também é essencial.  Assim como ter a capacidade de aprender com a execução, reestruturando e reelaborando o plano enquanto caminha. Por fim, sempre ter um plano B – se os indicadores mostrarem que é preciso mudar, é bom não perder tempo.

A produtividade é competência chave para ser um profissional de sucesso em mundo cada vez mais dinâmico e competitivo. “Ser produtivo não se trata de aumentar o volume de horas trabalhadas, mas de entregar mais muitas vezes em menos tempo”, explica Shinyashiki.

O CEO do Instituto Gente afirma que é possível aumentar a produtividade seguindo três passos. O primeiro deles é estabelecer e organizar prioridades. Para isso, recomenda-se dividir as atribuições do dia em estruturais, rotineiras e imediatas. O segundo passo é estruturar a rotina. Shinyashiki sugere dividi-la em matinal (com atividades como meditar e visualizar o dia); de alta performance (definindo a linha de chegada e a recompensa, com visualização positiva e sem negociação); e noturna (estabelecendo a agenda do dia seguinte, projetando melhorias e agradecendo).  A terceira etapa é focar na execução. Ou seja, é preciso colocar o plano em ação para que o seu trabalho seja produtivo.

Por fim, a última competência necessária para ser bem-sucedido na carreira é a paixão.  De acordo com Shinyashiki, sentir prazer com o trabalho é indispensável, já que para se destacar profissionalmente é preciso muitas vezes dar adeus ao lazer. Assim, se o trabalho não estiver enraizado e não for sentido como uma parte de si, as chances de desistência aumentam bastante.

Para ativar a paixão na carreira é preciso primeiramente encontrá-la. O CEO do Instituto Gente destaca que é preciso sentir a paixão, depois observá-la e não a recusar quando chegar. “O caminho para a frustração é não agir como deseja”, diz. Posteriormente, é necessário conectar paixão e profissão. Para fazê-lo, reflita sobre vocação e missão e questione-se se você ama seu trabalho, se poderia viver sem ele, e se é bom no que faz. A etapa derradeira é reciclar a paixão, cuidando para que ela não domine completamente sua racionalidade. “Equilibre impulsos e consequências”, recomenda.