Escritórios de Contabilidade em Portugal: Tamanho e Crescimento

FAQ: Realidade dos Escritórios de Contabilidade em Portugal

Introdução

Este FAQ (Perguntas Frequentes) apresenta informações detalhadas sobre a estrutura, funcionamento e desafios dos escritórios de contabilidade em Portugal. Com base em dados do estudo realizado pela ROSE Accounting Services, fornecemos respostas às dúvidas mais comuns sobre o tamanho, receita, perfil de clientes e perspectivas de crescimento destes escritórios. O objetivo é oferecer uma visão abrangente e acessível sobre a realidade do setor contábil português para profissionais, estudantes e interessados na área.

Perguntas Frequentes

1. Qual é o tamanho médio dos escritórios de contabilidade em Portugal?

Os escritórios de contabilidade em Portugal são caracterizados predominantemente por estruturas de pequeno porte. De acordo com o estudo, metade (50%) dos escritórios no país possui entre 1 a 3 funcionários, evidenciando uma forte prevalência de microempresas no setor. Aproximadamente um terço (33%) dos escritórios opera com equipes de 4 a 9 funcionários, enquanto apenas 17% contam com 10 ou mais profissionais.

Esta distribuição reflete a realidade do mercado português, que favorece estruturas menores e mais ágeis. Escritórios de menor porte frequentemente conseguem oferecer atendimento mais personalizado aos seus clientes, adaptando-se rapidamente às suas necessidades específicas. Além disso, estruturas menores geralmente apresentam custos operacionais mais reduzidos, permitindo maior competitividade em termos de preços.

No entanto, é importante observar que existe uma correlação entre o tamanho do escritório e sua capacidade de atendimento. Escritórios maiores tendem a ter uma carteira de clientes mais ampla e diversificada, enquanto os menores geralmente atendem a um número mais restrito de clientes, mas com potencial para desenvolver relacionamentos mais próximos e personalizados.

2. Como se distribui o faturamento dos escritórios de contabilidade portugueses?

A distribuição do faturamento dos escritórios de contabilidade em Portugal revela uma grande diversidade econômica no setor. Aproximadamente 36% dos escritórios faturam menos de 50.000€ anualmente, representando principalmente empresas em fase inicial ou com estruturas muito enxutas. Um segmento intermediário, correspondente a 26% dos escritórios, apresenta faturamento anual entre 50.000€ e 99.000€.

No extremo superior da escala, 39% dos escritórios conseguem ultrapassar a marca dos 100.000€ de faturamento anual, indicando empresas mais consolidadas no mercado. Esta diversidade reflete diferentes estágios de maturidade dos negócios, desde startups recém-estabelecidas até empresas com décadas de experiência. Vale ressaltar que existe uma clara correlação entre o tamanho do escritório (número de funcionários) e seu volume de faturamento.

Essa variedade de perfis econômicos demonstra que o setor contábil português comporta diferentes modelos de negócio, desde profissionais autônomos que atendem pequenos clientes até estruturas maiores com capacidade para lidar com empresas de médio porte. A diversidade de faturamento também sugere diferentes níveis de especialização e amplitude de serviços oferecidos.

3. Onde estão localizados os escritórios de contabilidade em Portugal?

A distribuição geográfica dos escritórios de contabilidade em Portugal segue um padrão previsível de concentração nas principais áreas metropolitanas, embora com presença significativa em todo o território nacional. Cerca de 30% dos escritórios estão localizados na região da Grande Lisboa, o principal centro econômico e administrativo do país, enquanto 20% encontram-se na região do Grande Porto, o segundo maior polo urbano português.

Os 50% restantes dos escritórios estão distribuídos pelo restante do território nacional, incluindo cidades de médio porte, áreas rurais e regiões autônomas. Esta distribuição reflete a necessidade de serviços contábeis em todas as regiões, mesmo naquelas com menor densidade populacional ou atividade econômica menos intensa. A presença de escritórios em todo o país garante que empresas de qualquer localidade tenham acesso a serviços contábeis essenciais.

A concentração nas áreas metropolitanas pode ser explicada pela maior densidade empresarial nestas regiões, o que naturalmente cria maior demanda por serviços contábeis. Adicionalmente, escritórios nas grandes cidades tendem a ter acesso a um mercado mais diversificado, podendo atender desde pequenas empresas locais até organizações de maior porte ou com operações internacionais.

4. Qual é o perfil típico dos clientes atendidos pelos escritórios de contabilidade portugueses?

O perfil da clientela dos escritórios de contabilidade em Portugal é marcado por uma forte predominância de microempresas, que representam 67% do total de clientes atendidos. Este dado reflete a própria estrutura empresarial portuguesa, onde as microempresas (com menos de 10 colaboradores) constituem a maioria absoluta do tecido empresarial. Em segundo lugar aparecem os Empresários em Nome Individual (ENI), que correspondem a 20% dos clientes.

As Pequenas e Médias Empresas (PMEs) representam apenas 11% da carteira de clientes dos escritórios de contabilidade, enquanto as grandes empresas constituem apenas 3%. Esta distribuição demonstra que o mercado contábil português é fortemente orientado para o atendimento de negócios de pequeno porte, que geralmente não possuem estrutura interna para gestão contábil e fiscal, dependendo assim de serviços externos.

É importante observar que esta concentração em microempresas e pequenos negócios influencia diretamente o modelo operacional dos escritórios de contabilidade, que precisam desenvolver processos eficientes para atender um volume maior de clientes com valor de avença relativamente menor. Adicionalmente, estes clientes geralmente necessitam de suporte mais abrangente, incluindo orientação em questões fiscais, trabalhistas e de gestão financeira básica.

5. Quais são os principais custos operacionais dos escritórios de contabilidade em Portugal?

A estrutura de custos dos escritórios de contabilidade em Portugal é dominada pelos gastos com pessoal, que representam aproximadamente 64% dos custos totais. Este dado não surpreende, considerando que a contabilidade é uma atividade intensiva em conhecimento e que depende fundamentalmente do capital humano para sua execução. Os salários constituem, portanto, o principal investimento destes escritórios.

Em segundo lugar aparecem os custos relacionados ao edifício e consumíveis, que representam cerca de 13% dos gastos totais. Estes incluem aluguel ou amortização do imóvel, contas de utilidades (água, luz, internet), material de escritório e outros insumos necessários para o funcionamento diário. Logo em seguida estão os investimentos em software, responsáveis por 11% dos custos, refletindo a crescente importância da tecnologia para o setor contábil.

Esta distribuição de custos impõe desafios significativos para a gestão financeira dos escritórios, especialmente os de menor porte. Com a maior parte dos recursos comprometidos com salários, torna-se essencial maximizar a produtividade da equipe e buscar eficiência operacional. Ao mesmo tempo, o investimento em tecnologia (software) aparece como um componente estratégico, capaz de aumentar a eficiência e permitir que os profissionais dediquem mais tempo a atividades de maior valor agregado.

6. Como funcionam as avenças mensais e a emissão de faturas nos escritórios de contabilidade?

O modelo de cobrança predominante nos escritórios de contabilidade portugueses é baseado em avenças mensais, com 80% dos escritórios emitindo faturas por cliente. A avença mensal média praticada no mercado é de aproximadamente 200€, mas este valor apresenta variações significativas de acordo com o tamanho do escritório, sua localização geográfica e o perfil dos clientes atendidos.

A distribuição dos valores de avença revela uma segmentação interessante do mercado: 34% das avenças situam-se abaixo dos 150€ mensais, atendendo principalmente microempresas e empresários individuais com operações muito simples. No outro extremo, 32% das avenças superam os 300€ mensais, geralmente associadas a clientes de maior porte ou com necessidades contábeis mais complexas. Os 34% restantes situam-se na faixa intermediária, entre 150€ e 300€.

É importante notar que existe uma correlação entre o tamanho do escritório e o valor médio das avenças praticadas. Escritórios maiores tendem a cobrar valores mais elevados, possivelmente por oferecerem serviços mais abrangentes ou especializados. Também se observa variação regional nos valores, com avenças geralmente mais elevadas nas grandes áreas metropolitanas (Lisboa e Porto) em comparação com o interior do país.

7. Como tem sido o crescimento dos escritórios de contabilidade em Portugal?

Os dados sobre o crescimento dos escritórios de contabilidade em Portugal revelam um cenário geralmente positivo, apesar de alguns desafios. Em 2021, 84% dos escritórios conseguiram conquistar pelo menos um novo cliente, com uma média de 8 novos clientes por escritório ao longo do ano. Este indicador demonstra um mercado dinâmico, com oportunidades de expansão para a maioria dos prestadores de serviços contábeis.

No entanto, o setor também enfrenta desafios relacionados à retenção de clientes. No mesmo período, 64% dos escritórios perderam pelo menos um cliente, com uma média de 2 clientes perdidos por escritório. Ainda assim, o saldo líquido é positivo, indicando crescimento para a maioria dos escritórios. As razões para a perda de clientes são variadas, incluindo encerramento de empresas, migração para concorrentes ou internalização dos serviços contábeis.

As perspectivas futuras são otimistas, com 91% dos escritórios manifestando intenção de crescer nos próximos anos. As estratégias de crescimento são diversificadas: quase 60% pretendem aumentar o número de clientes, 55% planejam elevar o valor das avenças, e aproximadamente 30% consideram expandir seu portfólio de serviços. Esta diversidade de abordagens reflete a maturidade do setor e a busca por modelos de negócio mais sustentáveis e rentáveis.

8. Como os escritórios de contabilidade distribuem seu tempo entre diferentes atividades?

A alocação do tempo de trabalho nos escritórios de contabilidade portugueses revela prioridades claras e desafios operacionais do setor. A contabilidade geral e o reporte fiscal (incluindo obrigações relacionadas a IRC, IVA, Segurança Social e outros impostos) consomem a maior parte do tempo, representando aproximadamente 46% das horas trabalhadas. Esta concentração demonstra que as obrigações legais e fiscais ainda constituem o core business destes escritórios.

Atividades relacionadas ao processamento de salários, gestão de recursos humanos e cumprimento de obrigações trabalhistas também ocupam uma parcela significativa do tempo. Em menor escala, mas ainda relevantes, aparecem tarefas como atendimento a clientes, consultoria financeira básica e gestão administrativa interna do próprio escritório. Esta distribuição varia de acordo com o tamanho do escritório e o perfil de seus clientes.

É interessante observar que escritórios maiores geralmente conseguem dedicar mais tempo a serviços de valor agregado, como consultoria estratégica e planejamento fiscal, enquanto escritórios menores tendem a concentrar-se mais nas atividades básicas de contabilidade e cumprimento de obrigações. Esta diferença reflete não apenas a disponibilidade de recursos humanos, mas também o perfil dos clientes atendidos e as estratégias de posicionamento no mercado.

9. Qual é a expectativa de futuro para os escritórios de contabilidade em Portugal?

O futuro dos escritórios de contabilidade em Portugal parece promissor, com 91% dos escritórios demonstrando intenção de crescimento. Esta expectativa positiva baseia-se em diferentes estratégias, adaptadas às realidades e capacidades de cada escritório. O crescimento previsto deverá ocorrer principalmente por meio do aumento do número de clientes (mencionado por 60% dos escritórios) e da elevação do valor das avenças mensais (citado por 55%).

Um aspecto particularmente relevante é que quase 30% dos escritórios planejam expandir seu portfólio de serviços, indicando uma tendência de diversificação e agregação de valor. Esta evolução representa uma mudança importante no paradigma tradicional do contador como mero “guarda-livros”, em direção a um perfil mais consultivo e estratégico. Serviços como consultoria financeira, planejamento tributário, análise de desempenho e apoio à gestão tendem a ganhar mais espaço.

A digitalização e a automação de processos aparecem como fatores críticos para viabilizar este crescimento. Ao automatizar tarefas rotineiras e de baixo valor agregado, os profissionais podem dedicar mais tempo a atividades estratégicas e ao relacionamento com os clientes. Adicionalmente, o desenvolvimento de competências em áreas como análise de dados, consultoria de negócios e conhecimento setorial específico deverá ser determinante para o sucesso dos escritórios no futuro próximo.

Conclusão

O panorama dos escritórios de contabilidade em Portugal revela um setor diversificado, com predominância de pequenas estruturas que atendem principalmente microempresas e pequenos negócios. Apesar dos desafios, como a pressão sobre os valores das avenças e a necessidade de retenção de clientes, o setor demonstra vitalidade e perspectivas positivas de crescimento.

A evolução futura provavelmente envolverá maior digitalização, automação de processos rotineiros e desenvolvimento de serviços de maior valor agregado. Os escritórios que conseguirem equilibrar eficiência operacional, qualidade no atendimento e oferta de serviços diferenciados estarão melhor posicionados para prosperar em um mercado cada vez mais competitivo e exigente.

Fonte: ROSE Accounting Services. “Estudo sobre a Rentabilidade dos Escritórios de Contabilidade em Portugal”. Disponível em: https://www.robertodiasduarte.com.br/wp-content/uploads/2023/07/Estudo-sobre-a-Rentabilidade-dos-Escritorios-de-Contabilidade-em-Portugal-ROSE-Accounting-Services-1.pdf. Acesso em: hoje.

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