Confira as causas desta e demais constatações obtidas em pesquisa exclusiva, abordando em detalhes os escritórios de contabilidade e um dos seus fornecedores mais estratégicos
O que mantém as empresas de contabilidade fiéis às suas softwarehouses?
Este foi um dos ângulos abordados por mais um estudo inédito e exclusivo da RDD, realizado nos meses de maio e junho últimos, via SurveyMonkey, com 297 respostas obtidas por e-mail.
Divulgada pelas redes sociais, a pesquisa abrangeu o Brasil inteiro e apresenta 95% de nível de confiança, de acordo com os parâmetros científicos estipulados para esse tipo de levantamento.
Por que trocar de software?
Considerada uma verdadeira bomba pelos organizadores do estudo, a preferência por um sistema mais barato na hora da substituição foi apontada como decisiva por apenas 5% dos entrevistados, perdendo em irrelevância apenas para o não atendimento à legislação (3,5%), algo praticamente já banido nos principais sistemas da área.
Já no topo das causas apontadas vieram: busca por mais automatização (40%); funcionalidades que o software anterior não tinha (38%) e suporte deixando a desejar (25,8%).
O processamento nativo em nuvem, por sua vez, foi fator decisivo para substituição do software para menos de 15% dos escritórios de contabilidade.
“Possivelmente, devido ao grande número de profissionais trabalhando remotamente, desde o início da pandemia do novo Coronavírus, vários escritórios optaram por soluções de hospedagem em nuvem para “revitalizar” seus atuais sistemas (que foram originalmente projetados na arquitetura cliente/servidor).”, pondera o autor do estudo, Roberto Dias Duarte.
Aceitação semelhante à das SaaS
Ao focar também o panorama geral do segmento de softwares para empresas de contabilidade, a pesquisa revelou um NPS (Net Promoter Score) médio de 27 pontos.
Este índice decorre da diferença entre promotores (44%) e detratores (17%) dos produtos e serviços recebidos neste campo.
Coincidentemente – ou não – 27 também corresponde ao NPS médio das empresas que fornecem sistemas em nuvem, pela Internet (Software as a Service – SaaS), conforme revela o banco de dados da Tracksale, conhecida especialista em aferir a satisfação do cliente.
Fidelidade relativa
Embora tal desempenho deixe a desejar, a pesquisa apresenta outro dado intrigante: mesmo atendidas por players ainda considerados em “zona de aperfeiçoamento”, as empresas contábeis não trocam tão facilmente de fornecedor.
Tal tendência reside no fato de 22,6% das pesquisadas terem declarado jamais ter trocado de sistema, enquanto 68% delas estão há mais de dois anos sem fazê-lo.
“Isso sugere que, mesmo não satisfeitos com as atuais soluções de software disponíveis, os profissionais de contabilidade relutam em substituí-los, permanecendo incrivelmente fiéis, mesmo insatisfeitos”, observa Roberto.
Números também surpreendem
Os dados a seguir talvez ajudem a entender por que o aspecto financeiro não tem representado fator decisivo na hora de se contratar ou substituir um software contábil.
É que além de retratar os ânimos atuais entre softwarehouses e escritórios de contabilidade, o estudo procurou saber a quantas anda a saúde financeira do lado comprador desta relação.
Pois bem, questionadas sobre o comportamento de suas receitas nos últimos 12 meses, 3,5% dos escritórios ouvidos acusaram redução de 30% ou mais neste período.
Em compensação, nada menos do que 85% mantiveram ou aumentaram o faturamento, sendo 15% deste universo representado por aquelas que acusaram um crescimento acima de 30%, enquanto 40% registraram menos que isso, mas sempre superando os 10% de alta.