TradersClub compra Sencon e tem mais 3 negociações a caminho

TradersClub compra Sencon e tem mais 3 negociações a caminho
TradersClub compra Sencon e tem mais 3 negociações a caminho
TradersClub compra Sencon e tem mais 3 negociações a caminho

Uma das maiores plataformas de conteúdo e de comunidade de investidores do mercado financeiro no país, o TC (antes chamado TradersClub) se prepara para aumentar o alcance de sua base de usuários. Além da penetração já conhecida entre traders do mercado — razão do seu nome original –, o TC quer também atingir o investidor de entrada, que começa a dar os seus primeiros passos na renda variável ou até em ativos como a renda fixa.

O TC planeja fazer de 2021 um ano que o aproximará mais do conceito de one stop shop do investidor, ou seja, uma plataforma que oferece o número mais extenso possível de serviços e de funcionalidades para que o usuário consiga fazer tudo em um só lugar.

Um passo importante foi anunciado nesta quinta-feira, 1º de abril: a aquisição da Sencon, considerada a maior plataforma de cálculo de valores para o pagamento de tributos com ações e para a emissão do Documento de Arrecadação de Receitas Federais, o Darf.

“Era uma parte chata e complexa que faltava à nossa plataforma. Rodamos pesquisas qualitativas com frequência na nossa base de usuários e é uma demanda que sempre aparece”, disse Pedro Albuquerque, CEO e um dos fundadores do TC.

Com sede em Passo Fundo, no interior do Rio Grande do Sul, a Sencon tem mais de dez anos de existência, cerca de 30 funcionários e mais de 135 mil clientes, dos quais 90 mil ativos, que pagam pelos serviços.

A sua plataforma será integrada à do TC, assim como o quadro pessoal. Ao todo, o TC passará a contar com 350 profissionais.

3 negociações a caminho

Com a aquisição, Albuquerque calcula que o TC vai passar da base atual de 450 mil clientes cadastrados para algo em torno de 500 mil clientes já no fim de abril, dos quais 150 mil pagantes de planos cujo preço mensal vai de 79,90 reais até 8.000 reais.

Depois de crescer 700% em receita e de saltar de 30 para 200 funcionários em 2020 (até chegar aos atuais 350), o TC mira uma expansão orgânica e por meio de aquisições. A projeção é crescer de 3 a 4 vezes em 2021.

A aquisição da Sencon é a primeira de outras que já estão em negociação, mas que o CEO prefere ainda não revelar os segmentos. “Estamos em conversas ativas para três operações de M&A [fusão e aquisição]. Buscamos negócios que possam incluir produtos ou serviços que não temos hoje no nosso ecossistema”, revelou à EXAME Invest.

Ele diz que os investimentos vão ampliar não só a base como a recorrência de um cliente que, segundo ele, já tem um Life Time Value (LTV) elevado para os padrões da indústria de conteúdo financeiro. O indicador mede a geração de valor do cliente para a empresa, por meio do tempo de permanência e do que é gasto nessa jornada.

“Estamos preparando uma grande mudança na interface para tornar o TC uma plataforma para qualquer tipo de investidor, incluindo quem tem pouca experiência. Vamos ampliar o número de cursos. Com mais conhecimento, esse investidor estará em condições de entrar em um segundo momento também para a nossa comunidade”, diz.

Para quem imagina o TC como um Robinhood brasileiro, Albuquerque é categórico: “O TC nunca vai ser uma corretora, está fora de cogitação. Não queremos entrar em um mercado extremamente concorrido, com bancos que contam com funding ilimitado”, afirma. “Podemos ter negociação no futuro, mas por meio das corretoras, atuando como um multibroker.”

Captação com clientes

Para bancar os planos de crescimento, o TC acaba de concluir uma rodada de captação aproximada de 72 milhões de reais com 50 investidores que fazem parte da base de clientes da plataforma.

“São clientes que gostam do nosso produto e da nossa missão e que investiram na nossa empresa”, diz Albuquerque, que não abre o novo valuation da empresa.

O TC tinha um processo com o banco UBS para a rodada com investidores institucionais e chegou a assinar mais de 25 acordos de confidencialidade (NDA, em inglês) com fundos de capital de risco (venture capital) globais e investidores estratégicos brasileiros, mas acabou optando, segundo ele, pelo aporte com menor diluição dos sócios.

Fonte: Exame