Como a pandemia refletiu nos conselhos de administração e nas tendências de governança?

Como a pandemia refletiu nos conselhos de administração e nas tendências de governança?

Foi divulgada hoje (9), a segunda edição da pesquisa “GNDI 2020-2021 Survey Report – Board governance during the Covid-19 crisis: Análise dos Resultados Brasileiros” – que é assinada pelo Global Network of Directors Institutes (GNDI), grupo que congrega institutos de governança ao redor do mundo e tem o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) como representante no Brasil. 

O estudo mostra como a pandemia refletiu nos conselhos de administração e nas tendências de governança globais, indicando que entre as principais tendências, 85% dos respondentes acreditam que, no longo prazo, teremos maior foco em questões ESG, de sustentabilidade e de geração de valor para partes interessadas. Outras tendências são maior necessidade de reposicionamento dos negócios (82%) e aumento da competição de talentos. 

 A sigla ESG advém do termo em inglês Environmental, Social and Governance – ou, em português, ASG, referindo-se à Ambiental, Social e Governança

Questões ambientais, sociais e de governança

São Paulo, 9 de fevereiro de 2021 – As questões ambientais, sociais e de governança (ESG) estarão mais presentes na pauta dos conselhos de administração depois da pandemia de Covid-19, assim como a maior competição por talentos, o reposicionamento de negócios e a incorporação de apoio especializado externo para o planejamento de cenários e tomada de decisões sobre riscos. Esse é o cenário apontado pela pesquisa “GNDI 2020-2021 Survey Report – Board governance during the Covid-19 crisis: Análise dos Resultados Brasileiros”, assinada pelo Global Network of Directors Institutes (GNDI), grupo que congrega institutos de governança ao redor do mundo, e que tem o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) como representante no Brasil.

“O relatório nos mostra o que estará no centro das atenções dos conselhos nos próximos anos, além de salientar o papel da resiliência das empresas no enfrentamento da crise, mapeando quais foram os principais desafios diante de um momento sem precedentes, como o que estamos vivendo”, indica Pedro Melo, diretor geral do IBGC. “É papel das empresas promover a melhoria da sociedade. Essa é uma tendência que observamos há alguns anos, mas que se acentuou com a pandemia”, complementa.

Entre os respondentes, 85% acreditam que, no longo prazo, teremos maior foco em questões ESG, de sustentabilidade e de geração de valor para partes interessadas. Outras tendências são maior necessidade de reposicionamento dos negócios (82%) e aumento da competição de talentos.

Segurança e saúde dos empregados

Em complemento à avaliação das tendências emergentes para os conselhos de empresas, a garantia da segurança e saúde dos empregados e a supervisão da estratégia surgem como preocupações dos entrevistados globais. Já os brasileiros apontam o gerenciamento de riscos (50%) e a melhoria dos planos de crise (38%) como principais necessidades.

Para as duas amostras (mundial e nacional), as empresas não estavam preparadas para lidar com a Covid-19, mas a percepção é que os conselhos têm conseguido atuar efetivamente dentro deste novo cenário. Os comitês de crise (ou de outras funções) foram de grande valia para ajudar o conselho na resposta à pandemia e o plano de gerenciamento de crise tem sido eficaz.

Valores e propósito

Enquanto para os respondentes brasileiros as três principais forças das suas organizações em resposta à crise da Covid-19 foram valores e propósito (94%), resiliência (88%) e plano de continuidade dos negócios (87%), na amostra global as áreas mais destacadas foram gestão de crises, comprometimento do staff e adaptabilidade organizacional. Duas fraquezas são comuns aos cenários brasileiro e internacional: competência digital e infraestrutura. Na opinião dos participantes, os principais desafios enfrentados pelos conselhos foram ajustar a estratégia da organização ao novo ambiente e mercados, e garantir a efetividade das decisões que afetassem seus stakeholders.

Reuniões virtuais

Cerca de 70% dos respondentes brasileiros entendem que até 60% das reuniões de conselho devem ser realizadas no formato virtual mesmo depois da crise. Esse percentual é de pouco mais de 80% na amostra global. Os conselheiros (87%) consideram que uma maior informatização do conselho e reuniões mais frequentes serão importantes para dinamizar a sua atuação.

“É importante notarmos que o esgotamento e estresse decorrentes do ambiente virtual constante também apareceu no estudo como um dos principais desafios de adaptação para os conselheiros, pois são reuniões longas, que carecem de atenção e normalmente esses profissionais integram mais de um conselho”, menciona Melo, se referindo aos 37% de respondentes que sinalizaram o cansaço na condução dos encontros on-line

O estudo foi realizado com 1.964 conselheiros – sendo 94 brasileiros -, de 17 institutos, e apresenta os resultados gerais e agregados em quatro regiões: Ásia e Oceania; Europa, Oriente Médio e África; América do Norte; e América do Sul. A pesquisa desenvolvida pelo GNDI foi aplicada no formato de questionário (survey) por diversos de seus institutos-membro, em seus respectivos países. No Brasil, a fase de coleta compreendeu o período de 21 de agosto a 28 de setembro de 2020, e teve como principal os conselheiros de administração.


Sobre o IBGC


Fundado em 27 de novembro de 1995, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), organização da sociedade civil, é referência nacional e uma das principais no mundo em governança corporativa. Seu objetivo é gerar e disseminar conhecimento a respeito das melhores práticas em governança corporativa e influenciar os mais diversos agentes em sua adoção, contribuindo para o desempenho sustentável das organizações e, consequentemente, para uma sociedade melhor. Para mais informações, consulte www.ibgc.org.br.

Fonte: CDI Comunicação

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