Ana Paula Cohe Diretora De Relacionamento Da Delivery Much - Aceleração contábil

Crescimento de mulheres em setores tradicionalmente masculinos é destaque

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de tecnologia é o que mais cresce no mundo, mas apenas 20% das vagas são ocupadas por mulheres. Empresas e startups buscam no mercado novos talentos para ocupar posições em áreas com ampla defasagem de profissionais, como desenvolvimento, programação, gestão de frotas e até no setor de saúde – que passa por uma profunda e acelerada transformação digital, principalmente após o início da pandemia da Covid-19.

Por outro lado, empresas de diversos segmentos predominantemente ocupados por homens observaram, em 2020, um aumento no número de mulheres tanto nos processos seletivos quanto nas contratações. Uma pesquisa feita pela Revelo em outubro do ano passado registrou crescimento de 12% na contratação de mulheres no setor de tecnologia. Confira empresas que estão observando melhorias inovadoras com a pluralidade em seus negócios:

Ahgora Sistemas


Ahgora Sistemas, empresa catarinense que desenvolve tecnologias para gestão de pessoas, conta com uma presença feminina de 46% entre seus colaboradores, número muito maior que a média nacional de 25% de mulheres em empresas de tecnologia, segundo dados divulgados pelo programa YouthSpark.

Entre essas colaboradoras está a Laura Gomes, Gerente de Customer Success da Ahgora que entrou na empresa há oito anos como assistente de contas a receber e foi escalando os cargos da companhia. “Esse crescimento só foi possível por ter a honra de trabalhar em uma organização que acredita em pessoas e na evolução delas, independente do gênero. Sabemos, claro, que esta não é uma realidade generalizada – principalmente na área de tecnologia. Minha dica: independente do ambiente e do desafio, acreditem mulheres, o segredo está em buscar ser melhor todos os dias. Não se acomodem, sejam resilientes e busquem a felicidade. Nós podemos, o céu é o limite”, afirma Laura.

Agilize

No Brasil, o setor de contabilidade ainda é predominantemente masculino. No entanto, algumas empresas têm ido na contramão dessa realidade, mostrando um avanço considerável da presença feminina na área contábil. É o caso da Agilize, primeira contabilidade online do Brasil. Nessa startup, que foi fundada na Bahia e atua em todo o país, 34 mulheres são contadoras ou estão se formando, enquanto apenas 13 pessoas que atuam diretamente na contabilidade são homens. E os avanços também se refletem no comando na empresa: dentro da Agilize, 50% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres, número bem acima da média nacional, que é de 34%. “Na Agilize, uma de nossas premissas sempre foi termos um ambiente plural e quebrar barreiras. E esses números evidenciam bem isso, além da representatividade e empoderamento feminino, a partir do momento em que essas mulheres encontram com a gente oportunidades de mostrarem seu trabalho, mudarem paradigmas em um setor marcado pela presença masculina e serem referências em suas áreas de atuação”, explicou Laura Isabel, Head de Marketing da Agilize. “Lugar de mulher é também na Contabilidade”, destacou.


EF English Live 

EF English Live, maior escola de inglês online do mundo, tem sido pioneira na utilização da tecnologia para ministrar cursos de inglês online, oferecendo ensino de alta qualidade por meio do acesso a professores certificados de todo o mundo. Hoje, 79% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres e a escola conta com uma presença feminina de 71% entre seus colaboradores. 

Entre as colaboradoras da empresa, está Patricia Miranda, Head de Vendas. Para ela, a participação da mulher é importante em todas as áreas da vida, na comunidade em que vive, no trabalho, na vida pessoal. “Fico muito feliz de trabalhar em uma empresa que abraça toda e qualquer diversidade, que tem grupos distintos e que trabalha em grande harmonia. Tenho esperança de termos, no futuro, um mundo em que não vamos discutir esse tipo de problema, onde, quem sabe, ninguém saberá o que é viver em desigualdade”, afirma Patricia.


Programa de Aceleração Visa


De acordo com o Mapa das Fintechs, estudo anual realizado pela Visa para mostrar o perfil das startups inscritas no Programa de Aceleração Visa, a presença feminina no time das startups cresceu 19% em relação ao mesmo período de 2019. Os homens ainda são maioria nas equipes, mas 80% das startups afirmaram possuir mulheres no time. Isso demonstra um aumento na presença feminina no mercado, pois no levantamento de 2019 esse número era de 61%. Para o estudo, foram ouvidas 219 startups que se inscreveram para participar da 4ª edição do Programa em março de 2020. Além disso, o próprio Programa é comandado por uma mulher: Beatriz Montiani, diretora de Inovação e Engajamento com Fintechs da Visa do Brasil. 

Delivery Much


Delivery Much, aplicativo de delivery mais utilizado no interior do Brasil, é outra empresa que tem avançado com a presença feminina em seu time e em cargos de liderança. Em 2020, o aplicativo avançou em políticas de equidade, alcançando um quadro composto com 48% de mulheres. A equidade não se limita apenas aos quadros operacionais: 38% das lideranças da empresa é formada por mulheres. Número que tem ficado um pouco acima da média do mercado, que é 34%, de acordo com a pesquisa do International Business Report da Grant Thornton. 

A empresa tem em seu DNA a busca por melhorias. Para ampliar seu time de mulheres, oportunizar melhores condições de trabalho e crescimento, foram criados grupos focais em conjunto entre o setor de RH e as colaboradoras. O grupo Unidas de Verdade foi formado para unir, compartilhar informações e promover o empoderamento no ambiente de trabalho. 

Ana Paula Cohen, Diretora de Relacionamento na empresa, é uma das colaboradoras que vivencia essa transformação de realidade na Delivery Much. “Sempre digo que algumas atitudes nas empresas estão ligadas muito à gestão. Então quando se tem gestores que ouvem as demandas e buscam fazer diferente, tudo se torna melhor. E é assim na Delivery Much. Toda a empresa buscou se interessar e agir para ter cada vez mais uma organização plural, e isso passa por promover políticas voltadas a ter mais mulheres ocupando cargos maiores, como coordenação, diretoria. Isso foi uma das coisas que me fez vir para cá.” afirma ela e completa: “Além das atividades que partem da Delivery Much, temos grupos de trabalhos paralelos, com debates, empoderamento e qualificações, para que todas nós tenhamos a oportunidade de crescer e ocupar mais lugares de liderança”, concluiu Ana. 

mLabs


A mLabs, maior plataforma de gerenciamento de mídias sociais do Brasil, é uma das empresas que têm dado os passos para pluralizar o cenário da área de tecnologia, ainda tão marcadamente dominada por homens. É que em seus quadros, 24% das mulheres atuam no setor de tecnologia na empresa, número já acima da média nacional. E o avanço na presença feminina também passa pelo comando na mLabs: 45% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres.

A Safire da Silva, de apenas 25 anos, é um exemplo real desses números. Ela, que atua no setor de tecnologia como Desenvolvedora Front-End e também ocupa cargo de liderança, destaca a presença feminina na área e como as ações da empresa refletem em seu trabalho e oportunidades para mais mulheres. “Eu fui a primeira desenvolvedora mulher dentro da mLabs. Hoje já somos 15 mulheres especificamente no setor de tecnologia, fruto de um resultado que envolve múltiplas ações e interesse por parte da empresa em ter uma maior equidade. Então é importante que as empresas promovam políticas voltadas para nós mulheres e proporcionem espaços para sermos nós mesmas. Aqui, por exemplo, eu sempre tive abertura para expor minhas ideias e opiniões e consigo vislumbrar crescimento de carreira na mLabs sem achar que ser mulher será um fator que possa atrapalhar essa jornada”, destacou. “Ter mais mulheres ocupando cargos predominantemente masculinos e de liderança é vantajoso para todos. E quando isso acontece, temos um ambiente bem mais potencializado por ser mais diverso”, completou Safire. 


Linker


Nas fintechs, o cenário ainda é de maioria masculino. Indo na contramão dessa realidade, está o Linker, plataforma de soluções financeiras focada em pequenos e médios empreendedores, que conta com 17 mulheres na equipe. Para Ingrid Barth, COO e co-fundadora do Linker, cada dia mais as mulheres estão mais presentes em todas as áreas das empresas, seja qual for o segmento. “É essencial trazer a diversidade de gênero para o dia a dia, e aqui no Linker, não é diferente. Temos mulheres incríveis em todos os times: Growth, Comercial, Customer Experience, Product Design, Tech, Financeiro e BI.  É muito bom estarmos construindo uma startup diversa, que está sempre em busca de pessoas que fazem acontecer e que vestem a nossa camisa”, completa.


Foxbit


As exchanges, corretoras de criptomoedas, o cenário é de maioria masculino. Mas na Foxbit, uma das maiores e mais antigas exchange de criptomoedas do mundo, as mulheres têm papel fundamental na empresa. Ao todo são oito mulheres na Foxbit, o que representa 18% do quadro de funcionários. Para Gabriela Silva, head de Marketing da Foxbit, sua área de atuação e de formação sempre foi um ambiente predominantemente masculino. “Trabalho na área de marketing há 13 anos e vi a cada ano o marketing se aproximando da tecnologia de tal forma que hoje não é mais possível fazer marketing sem ela. Na Foxbit não é diferente, estamos falando de um mercado altamente tecnológico, financeiro e disruptivo que tem um quadro feminino minoritário não somente de funcionárias como de clientes interessadas no mercado. Percebo um aumento de mulheres no mercado a cada ano, mas ainda a passos muito curtos. Porém não vejo diferenciação entre os sexos. Quando temos vagas abertas recebemos muito mais currículos de homens do que de mulheres. Acredito ainda que exista uma falta de interesse das mulheres por este segmento. É muito comum em uma reunião com aproximadamente oito pessoas eu ser a única mulher. Mas nunca me senti intimidada ou desrespeitada. Acho que qualquer um conquista seu espaço com garra, competência e determinação independente do seu sexo”, revela Gabriela.


Tembici

Tembici, líder em tecnologia para micromobilidade na América Latina, já possui um movimento muito sólido em relação a valorização da pluralidade dentro da empresa, contribuindo significativamente com as melhorias na mobilidade urbana e construção de cidades cada vez mais inteligentes e humanizadas. Entre as colaboradoras, está Loren Monteiro, CPO e CMO da empresa: “Estamos crescendo constantemente, inovando o tempo todo e desenvolvendo projetos em meio a uma pandemia e isso é fruto de portas que estão sendo abertas para um plural mostrar suas ideias que até pouco tempo não eram vistas com facilidade. Estamos investindo no aumento de mulheres dentro da companhia e, especificamente, nos times de tecnologia e dados e alta liderança. Como parte disso, temos o Tem Inclusão, um comitê de pluralidade sob liderança da Carolina Rivas, Diretora de Atendimento e Relacionamento e, pela primeira vez, estabelecemos metas relacionadas aos temas de gênero, etarismo, LGBTQIA+, raça e pessoas com deficiência”.


EmCasa


EmCasa, startup de compra e venda de imóveis, teve um crescimento de 8% de mulheres colaboradoras de 2020 para este ano, além do aumento expressivo das líderes de áreas, em 48%. Para Amanda Lins, gerente de pessoas e cultura na empresa, a revolução no mercado imobiliário começa dentro de cada empresa. “49% dos nossos especialistas de vendas são mulheres e essa profissão é nova, exclusivamente criada pela EmCasa, a ideia surgiu do Gustavo Vaz, CEO e fundador, que acompanhou a trajetória e dores de sua mãe por anos na carreira de corretora de imóveis. Os Especialistas são colaboradores da empresa, com salário fixo e benefícios. Muitos não são da área e por isso, recebem um curso exclusivo e tiram a licença do CRECI, patrocinado pela empresa. Posteriormente, estão prontos para atender aos clientes e iniciar a realização das visitas. O modelo além de mostrar resultados positivos para a empresa e segmento, proporciona maior qualidade de vida e realização profissional às nossas colaboradoras”, explica Lins.

Fonte: VCRP Brasil