Prof.Dr. Antônio Lopes de Sá

O futuro da contabilidade

Prof. Dr. Antônio Lopes de Sá

Como Ciência e em sua Tecnologia a Contabilidade sofre os impactos dos fenômenos dos entornos da riqueza individualizada. Nascida com a civilização, esta disciplina com ela sempre seguirá porque está atada à organização dos empreendimentos humanos, estes na perseguição da satisfação das necessidades dos seres. É natural, portanto, que diversas novas aplicações do conhecimento contábil surjam ou as que já existiam se desenvolvam para atender a essas novas posições conquistadas pelos seres humanos. A previsão de tais fatos não é difícil de ser feita se observada a partir dos agentes que estão a imprimir as grandes modificações da vida humana.O futuro acena para uma dilatação apreciável da participação social dos contadores, com exigências cada vez maiores no campo cultural.

Mutações e futuro

O curso da civilização foi sempre ascendente, mas, o século XX talvez tenha sido o que mais influenciou a vida social em razão de profundas mudanças que nos fizeram penetrar em uma nova era, denominada “era do Conhecimento”.

A Contabilidade enfrentou as grandes mudanças impostas e acelerou nos últimos anos a sua conquista cientifica diante das seguintes grandes realidades:
1) Avanço prodigioso da informática,
2) Internacionalização dos mercados e que imprimem modificações nos procedimentos de concorrência através de preços e qualidade,
3) Declínio considerável da ética e da moral,
4) Facilidade extrema da comunicação,
5) Relevância dos aspectos sociais,
6) Abusiva concentração da riqueza e excessos da especulação financeira,
7) Intervenção cada vez maior do Estado no destino dos empreendimentos e na ação humana pelo trabalho,
8) Aumento considerável dos índices de miséria,
9) Avanço expressivo das tecnologias e da ciência,
10) Necessidade de preservar o planeta em suas condições ecológicas, pelos graves danos causados pela era industrial; aparecimento da Bioética como disciplina específica e relativa ao comportamento perante a vida e
11) Grandes esforços de harmonização de princípios e normas.

Todos esses fatores ambientais em relação à vida do patrimônio das células sociais, passaram a exigir comportamentos dos estudos contábeis em outros níveis, forçando, especialmente, uma visão holística.

O contabilista de nossos dias não pode, pois, confinar-se mais, em matéria de conhecimento, a simples técnicas de registros e demonstrações, como agente passivo na execução de seus trabalhos e a tendência é a de que cada vez mais o possa menos.


O novo perfil do contador

Há uma notória exigência de mudanças na prática e nas doutrinas da Contabilidade afim de que esta prossiga prestando a grande utilidade que sempre prestou à civilização.

Altera-se, em curto prazo, a realidade mundial e o nosso país recebe o direto impacto de tais transformações.

No cenário cultural já ocupamos destaques notórios e o Brasil cresce em sua expressão na área contábil intelectual, mas, é inequívoco que ainda muitos problemas existem na questão relativa à formação educacional e naquela de ética profissional.

Modificações precisam ser introduzidas nas escolas, nas faculdades, mas, também, nos hábitos de nossos colegas, especialmente no que tange ao interesse pela leitura e pelas pesquisas no campo do progresso do conhecimento.
Isto porque a vocação é a do holístico e este exige expressão intelectual e conhecimento.

O Contador de nossos dias precisa ampliar a sua formação cultural humanista, fortemente social e volvida a «saber pensar».

O perfil do profissional contemporâneo exige que o ensino prepare um intelectual que tenha condições de orientar as empresas para a prosperidade, para a eficácia da riqueza.

O holístico exige maior cultura geral e a ampliação daquela especializada.

Os que já se formaram e ainda não adquiriram a formação referida, também necessitam entender que o grande valor que podem atingir na sociedade humana é o de orientadores das empresas e instituições, como, aliás, embora empiricamente, ocorreu de uma forma ou de outra, ao longo dos milênios.

Se examinarmos o curso da história veremos que os contabilistas foram os grandes guias de negócios e administrações públicas e souberam, inclusive, em obras, externar tais pensamentos.

Na Antigüidade eram nossos colegas valiosos informantes das situações da riqueza, mas, também sobre elas opinavam e aconselhavam (isto pode ser encontrado até gravado em lápides, a partir daquelas antiqüíssimas de há mais de 2.300 anos).

Como a informação, em nossos dias, ficou absorvida, em quase sua totalidade, pelo recurso dos computadores, a valorização do Contabilista está em saber explicar os informes e em oferecer modelos de comportamentos aos empresários e aos gestores de riquezas públicas.

Saber analisar, conhecer a razão do porque ocorrem os fatos, indicar caminhos para o uso racional da riqueza das células sociais é a missão do profissional da atualidade.

Os programas de computadores, a proliferação cada vez maior de tais equipamentos, a redução do custo para adquiri-los, as facilidades imensas que oferecem, estão eliminando muitos papéis do “escriturário”, daquele que se preocupava apenas em registrar e demonstrar.

Cada vez mais perde teor o conceito que leigos e alguns técnicos possuíam de que a Contabilidade era a arte ou a ciência da Informação.

Até para muitas tarefas de auditoria existem hoje programas específicos competentes para eliminarem uma grande parte das execuções revisoras.

A vocação para o intelectual holístico

A participação cada vez maior do contabilista no ambiente social, a validade do que apresenta em seu trabalho para alcançar toda a humanidade, também, em contrapartida exige dele uma formação cultural de maior amplitude.

Não é possível mais limitar o exercício profissional a simples normas de registrar e demonstrar e nem a função do contabilista a simplesmente informar.

A informação é um instrumento apenas e não o objeto principal de nossos estudos.

Todos os ramos do conhecimento humano se valem da informação e esta não é privativa da Contabilidade.

O reforço da cultura geral que o Contabilista necessita, todavia, exige que as cadeiras de formação humanística sejam lecionadas nas escolas com maior vigor, especialmente com o fim de ampliar o conhecimento do social e o do campo da mente.

Matérias como as de Administração, Economia, Sociologia, Lógica Cientifica, Psicologia, Ética Profissional, Direito Internacional, Estatística etc. precisam ser do conhecimento do profissional, tendo em vista, sempre, a preocupação das aplicações das mesmas à Contabilidade.

Não basta conhecer a teoria geral de tais disciplinas, mas, especialmente o que delas se pode extrair em favor do campo de trabalho do contabilista.

A orientação, nas escolas, deve ser feita para que o aluno, futuro profissional, entenda porque está estudando a matéria e como dela poderá tirar o proveito compatível com as exigências do trabalho.

Isto não significa que se deva ensinar em base exclusiva de casos ou de efeitos particulares de tais aplicações, mas, sim, criando a mentalidade de saber usar outros conhecimentos dentro do ramo contábil e especialmente porque devem ser utilizados.

Relevo maior precisa ser dado às cadeiras da área social e do âmbito da empresa e da instituição, ou seja, aquelas que possuem afinidade maior com o Contador (Administração, Organização, Direito, Economia, Sociologia).

Sendo a Contabilidade uma ciência do patrimônio individualizado esse o enfoque que deve orientar a metodologia das cadeiras de cultura geral e que são cada vez mais necessárias em face de um futuro que sinaliza para uma exigência cada vez maior do intelecto.

A teoria do valor, por exemplo, na Economia, precisa ser estudada no que ela tem de influência sobre a formação do valor contábil, associando a teoria econômica com aquela contábil, mas, sem confundi-las.

A teoria da decisão, da administração, por exemplo, deve estar associada com a da produção de modelos de comportamentos da riqueza.

Por outro lado, o profissional já formado precisa buscar leituras que lhe conduzam a ampliar a sua visão da sociedade, da economia, das leis, mas, basicamente, de História e de Filosofia da Contabilidade, dentro de uma ótica semelhante àquela a que nos referimos para o ensino.

Em meus estudos de cultura geral, de idiomas, meu objetivo foi sempre o de procurar tirar destes conhecimentos o que eu poderia aplicar em minha profissão como escritor, professor, pesquisador e consultor contábil.

Quando me aprofundei nos estudos de História, por exemplo, busquei sempre conhecer como se tinham comportado as empresas e como nossos colegas as tinham cuidado e a elas oferecido subsídios para as suas prosperidades.

Igualmente, ao estudar filosofia, desde os pré-socráticos até Maritain, sempre procurei subsídios para ordenar meu pensamento nos campos do raciocínio contábil.

Isto porque a História nos situa no curso da experiência humana e a Filosofia contribui para organizar a forma de pensar no campo especifico de nossa profissão.

Não foram raras às vezes em que busquei afinidades de raciocínio em outras disciplinas, aparentemente estranhas a nós, para aplicá-los em Contabilidade.

Na Química, por exemplo, na lei das proporções definidas da matéria, busquei elementos para as proporções definidas do patrimônio.

Na Física, nas leis de inércia, busquei fundamentos para as posições de ausência de função dos meios patrimoniais.

Na fórmula de Newton, naquela de Einstein sobre a energia, consegui vislumbrar identificações com princípios que orientariam meus axiomas da Teoria das Funções Sistemáticas do Patrimônio das Células Sociais.

Na Biologia, na organização dos agregados de órgãos para exercerem funções, busquei razões para a organização sistemática de funções da riqueza, como já as havia buscado o genial Giovanni Rossi nos fins do século passado.

Posso dar como testemunho, pois, o que em minha vida cultural na Contabilidade representou a cultura geral, holística, o quanto esta me auxiliou na produção de teorias contábeis que hoje, em nome da cultura brasileira, circulam na Europa e em muitos outros países (nosso livro teoria geral do Conhecimento Contábil acaba de ser lançado na Espanha pelo Ministério de Economia e Fazenda daquele grande país).

Orgulho-me mais pela minha classe brasileira que por mim mesmo em poder apresentar Teorias de valor cientifico que alcançam culturas estratificadas como a européia porque concordo com Spengler quando afirmou que «um punhado de gente faz um povo, mas, só a cultura faz uma Nação».

Evolução da matéria da qual trata a contabilidade


A base do entendimento sobre a Contabilidade deve começar com o conhecimento da Teoria da matéria ou objeto de estudos (que é o patrimônio das células sociais).

Sem teoria a prática fica sem rumo, afirmou o maior gênio do Renascimento e que foi Leonardo da Vinci.

A maior parte dos estudos teóricos deriva-se da prática porque é atravez dela que se realizam as melhores observações, mas, enquanto esta é quase sempre subjetiva aqueles são, por natureza, objetivos e de alcance universal.

A introdução ao conhecimento teórico, para ser eficaz, deve orientar-se pelos estudos de História das Doutrinas e Filosofia da Contabilidade.

Na parte de História das Doutrinas o importante é que se conheça como se pensou em Contabilidade ao longo dos anos e como hoje se está pensando.

É engano pensar que são modernos muitos critérios e métodos hoje apresentados como novidades, pois, há séculos já eram praticados e experimentados, até com maior propriedade, embora que com menos recursos de tecnologia e de difusão.

Aqueles que conhecem os pensamentos de gigantes intelectuais como o foram: Cerboni, Rossi, Ceccherelli, Besta, Ghidiglia, Schmalenbach, Dietrich, Dumarchey, Masi, Zappa, Lopes Amorim, D´Auria, Herrmann Júnior e outros podem avaliar o quanto de progresso já existia em suas épocas e o quanto não tiveram posteriormente a oportunidade da difusão suficiente de suas idéias, especialmente a partir da década de 60 do século passado e notadamente em nosso país.

No Brasil a literatura européia e que é de grande valor cientifico não teve o desenvolvimento e a difusão que seria a necessária.

Só, por algum tempo, tivemos melhor qualidade cientifica, na primeira metade do século XX, com Francisco D’Áuria, Frederico Herrmann Júnior, Hilário Franco, Armando Aloe, Francisco Gaia Gomes, Gabriel Rebouças, A. F. de Lacerda Alves, Pedro Dantas Pina, José Amado Nascimento, José Lourenço de Miranda, Cibilis da Rocha Vianna e outros, mas, depois, a influência empírica estadunidense ocupou o lugar que deveria estar reservado à ciência, com relevante prejuízo para a nossa maior elevação cultural.

A lei 6404/76, por várias décadas, soterrou a qualidade contábil, com seu conteúdo vetusto e deficiente em área contábil, simples cópia do que na própria nação norte-americana foi duramente condenado pelo Senado.

Somou-se ainda a isto a debilidade do conhecimento filosófico de alguns difusores e lentes, com a ausência de preocupação de estabelecimentos de ensino em relação à pesquisa e a ciência (prova disto é a ausência de evolução ou avanço de doutrinas, pois estas dependem da investigação pura).

Não se empenharam, pois, até importantes Faculdades, na formação filosófica contábil.

Só a Filosofia, entretanto, oferece bases de ordem conceptual para os teoremas importantes da nossa disciplina e o futuro a exigirá cada vez mais e em maior dose para que se possa sustentar conceitos e alargar o campo da pesquisa.

Felizmente, há pouco, modificou-se o Currículo do curso superior no que tange a Teoria, mas, nem todos tiveram o entendimento necessário para saber que tal cadeira deveria ter, por afinidade, o mesmo destino que possui, tradicionalmente, nos cursos de Direito, ou seja, o de ser uma disciplina de Historia das Doutrinas e de Filosofia do conhecimento.

O importante é ter-se «conhecimento do conhecimento contábil» e isto só as doutrinas e a filosofia podem oferecer (meus livros “Fundamentos da Contabilidade Geral” e o de “Teoria da Contabilidade” foram elaborados com este propósito essencial).

Teoria contábil, todavia, não é «escrituração mercantil sofisticada», nem é conjunto de normas de registrar e escriturar com alternativas de fazer-se desta, daquela e também daquela outra forma, como na atualidade ainda, lamentavelmente, se pratica, a ponto de um mesmo balanço de uma mesma data produzir lucro nos Estados Unidos e perda na Alemanha.
Finalidade básica da ciência contábil

Seguindo as pressões da transformação havida na segunda metade do século XX também doutrinas consagradas tiveram que se adaptar às circunstâncias contemporâneas e dentre elas a do patrimonialismo de Masi.

Um “novo patrimonialismo” para um “novo tempo”, já é uma realidade que garante o desenvolvimento futuro e tal doutrina teve seu berço no Brasil mas já com raízes já em todo o mundo latino (das Américas e Europa).

A doutrina “neopatrimonialista”, aquela que considera a nova visão holística da Contabilidade e admite a função dos meios patrimoniais como objeto de estudos, também entende que a finalidade precípua desta disciplina é a PROSPERIDADE.

Esta a visão já atual e a que tende a prevalecer em relação ao futuro.

A prosperidade, em seu amplo conceito, representa a eficácia permanente de uma empresa ou instituição, determinado um crescimento também permanente da riqueza.

No caso a eficácia se entende como a plena satisfação da necessidade e esta como a que deve gerar esforços no sentido de que seja anulada.

Tudo, entretanto, deve ser visto (em relação a uma célula social) como um sistema aberto, inserido em muitos entornos.
As condições de vida das empresas e das instituições dependem da prosperidade para assegurar-lhes a continuidade e resistir às pressões ambientais cada vez mais fortes.

Esta a visão presente e a que sinaliza como sendo a que tende a se preservar no tempo, representando, pois, também, a do futuro.

As especialidades e a participação cutural

As especialidades que mais estão presentes no mercado de trabalho do profissional, na atualidade, são as de Análise Contábil, Custos, Auditoria, Perícia, Informática e Contabilidade Gerencial, especialmente a de Gestão Estratégica.

Ramos modernos vêm despontando como o da Contabilidade aplicada ao Meio Ambiente Natural (impropriamente dita Contabilidade Ambiental), a de Recursos Humanos (impropriamente certas vezes referida como a do Capital Intelectual), a da Contabilidade Social, a da Contabilidade para Mercados e a Contabilidade Comparada ou Internacional.

Tais ramos com enfoques contemporâneos, em verdade, ainda possuem escassa literatura nacional, não estão inseridos em currículos de diversas escolas e nem têm sido aprofundados com a intensidade que entendo pudesse ser a desejável nos institutos de pesquisas de nosso país, mas, que já se firmam como especializações importantes para o futuro.

Grande número de nossos colegas sequer se inteirou ainda sobre os progressos havidos nestas áreas.

A formação nitidamente científica (à semelhança do que se realiza nas escolas de Medicina e de Direito, preparando o profissional para exercer uma profissão deveras no nível superior) é, todavia, a que entendo como a que deveria mais preocupar o ensino moderno, pois é a que possui maiores compromissos com a valorização da classe, especialmente em relação ao futuro.

A finalidade social útil deveria ser a de formar profissionais como autênticos médicos e defensores do patrimônio das empresas, mas, em nossa peregrinação pelo país nem sempre estamos encontrando esta orientação.

Percebemos, entretanto, que existe uma vontade, uma intenção enorme em modificar tal estado de coisas, por parte de expressivo número de instituições e colegas e isto verificamos em muitas Faculdades que visitamos e que apelaram para a nossa cooperação.

O Centro de Estudos Superiores de Contabilidade, do Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais, o Instituto de Pesquisas Augusto Tomelin, a Academia Brasileira de Ciências Contábeis, o Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul, para citar apenas alguns exemplos, estão desenvolvendo grandes trabalhos de valorização cultural com vistas aos tempos vindouros.

O melhor mercado de trabalho para o contabilista, a sua ascensão aos postos de Poder, a melhoria de seu nível de vida, a evidencia social, só se conseguem, todavia, pela cultura superior, ou seja, a de natureza científica e filosófica.

Parece-me incoerente falar-se em Curso Superior de Ciências Contábeis se não se busca o que é deveras “superior” e nem se dá o pertinente valor ao que é ciência.

A prática, sem a teoria, como afirmou Leonardo da Vinci, transforma o homem em um navegante em barco sem bússola e sem timão e que nunca sabe em que porto deverá chegar.

Apesar, entretanto, de todos os problemas criados pelos que ainda não se convenceram dessas realidades, a Contabilidade evolui a passos largos e com grande velocidade.

As especialidades culturais contábeis estão em franca ampliação e aperfeiçoamento o que exige tratamento científico e tecnológico de qualidade.

O Brasil tem grandes e legítimos cientistas da Contabilidade, homens que não se limitam em só copiar culturas estrangeiras, porque eles possuem a ambição de formar e construir uma cultura nacional cada vez mais expressiva.

A cultura não tem fronteira, é axiomático, mas, é preciso respeito a legitima ambição nacional de firmar-se como pólo de saber perante a comunidade internacional.

Ou seja, como afirmou Oswaldo Spengler, em sua famosa obra “A decadência do ocidente”: “um punhado de gente faz um povo, mas, só a cultura faz uma nação”.

Devemos alimentar o ideal de formação de uma corrente cultural brasileira, como já ocorre com a do Neopatrimonialismo, competente para somar-se às demais de todo o mundo.

Não me parece, todavia louvável, todavia, o papel de um povo em uma nação quando aquele se conforme em ser agente ou subserviente do pensamento de terceiros, especialmente daqueles que desejam que todos os povos sejam apenas instrumentos de seus modelos e ambições ilimitadas.
Evoluçao e doutrina contábil

Difícil se torna projetar o futuro sem conhecer as razões que fundamentaram um conhecimento.

A história da ciência é a base para que possamos entender o presente e imaginar o que possa vir a ser o porvir.

Foi a própria curiosidade do ser humano, no sentido de compreender as razões sobre os acontecimentos, a que se despertou, há milênios para traçar um curso ininterrupto que acrescentaria muitas utilidades à vida.

A Contabilidade, como uma das primeiras manifestações do uso da inteligência, desde as inscrições, incisões e pinturas rupestres, no Paleolítico Superior, há cerca de 20.000 anos, foi uma forma intuitiva de memorizar, competente para gerar buscas consecutivas.

A complexidade crescente da vida social obrigou o ser humano a um conjunto de atos que geraram, por sua vez, intrincadas formas de buscar entendimentos.

Desde o simples registrar, todavia, até ao entender o que ocorre com as coisas que foram matéria de registro, um longo período foi percorrido, mas, alcançou o seu ápice, forçando o raciocínio a dar ordem lógica aos estudos e tirar, então, o proveito necessário das reflexões (ver sobre a matéria a nossa obra Historia Geral e das Doutrinas da Contabilidade, editora Atlas).

Assim, surgiram as doutrinas, na ânsia de explicar e discorrer sobre as conquistas do pensamento organizado.

O racional, ao encaminhar a observação, deu motivos para o aparecimento de percepções, conceitos, enunciados, proposições e teoremas e a vocação doutrinária foi uma conseqüência natural, em direção a níveis superiores de consciência.

A ciência da Contabilidade é uma conquista da inteligência humana, mas, dentre as suas doutrinas, sem dúvida, a que mais notoriedade alcançou foi aquela “patrimonialista”.

A evolução teórica, portanto, como tendência natural, é questão que se liga, diretamente, ao mundo da pesquisa, mas, para que ocorra, é preciso que se penetre na essência do que dita a marcha evolutiva do conhecimento contábil.

As correntes de pensamento científico, todavia, caracterizaram-se pela luta que tiveram os intelectuais em determinar a qualidade da matéria de indagação, pois, esta, é sempre a que dita a metodologia adequada no tratamento da questão, em todos os ramos do saber humano.

Saber o que se estuda (objeto de indagação), para que se estuda (finalidade da indagação), são preocupações básicas para a organização do pensamento que se farão cada vez mais exigíveis perante o futuro.

O empírico poderá em parte resolver os problemas da prática, mas, esbarrará sempre diante dos requerimentos do conhecimento para grandes soluções.

Só a mente disciplinada, de forma lógica (método), pode ser competente para encontrar explicações sobre acontecimentos, de modo a dar proveito ao que racionalmente conquista (utilidade do saber).

O progresso do conhecimento operou-se sempre, mas foi a partir das primeiras observações e narrativas que se constituíram as bases para as explicações sobre os acontecimentos patrimoniais.

Tudo começou realizando-se observações de ocorrências singelas, mas, só se conseguiu o desenvolvimento cultural quando a capacidade de relacionar o observado permitiu tirar conclusões sobre os fatos (a base científica se apóia em relações sobre fenômenos bem definidos).

A Contabilidade, preocupada, inicialmente, apenas com registros de coisas, de débitos e de créditos, foi buscando, em sua evolução, organizar sistematicamente o conhecimento, para poder saber de que matéria efetivamente ela tratava, notoriamente a partir do século XVI da era cristã.

Do empírico ao científico, milênios foram necessários para que a humanidade pudesse superar as suas dificuldades de compreensão sobre os fatos.

Explicar fenômenos com racionalidade e generalidade, todavia, a Contabilidade só o conseguiria a partir do século XVIII, ou seja, na mesma época em que, também, como científicos, se estruturaram os demais conhecimentos humanos.

Muitos esforços intelectuais foram necessários para construir doutrinas e difundir tais conquistas, mas, isto, só se materializou, através dos núcleos intelectuais (escolas e correntes científicas).

As correntes científicas de pensamentos em Contabilidade, contudo, só começaram a existir há cerca de aproximadamente dois séculos quando também outras ciências o conseguiriam (como a Química, com Lavoisier).
Os grandes mestres construíram escolas ou maneiras de pensar e essas se foram divulgando por diversas partes, formando segmentos definidos de critérios de raciocínios.

Como a evolução da própria inteligência humana, depende do ambiente em que ela se opera, foi a partir da aceleração dos movimentos dos capitais que também se acelerou o cuidado em estudar os fenômenos que atingem aos mesmos, como forma especial de analisar a riqueza.

A revolução científica gerou a revolução da produção e esta a nova forma de viver socialmente.

A sociedade industrial passou a exigir que a riqueza se constituísse sob condições diferentes, ocorrendo, então, uma outra imposição para satisfazer crescentes e novas necessidades da humanidade.

Tais transformações impulsionaram os estudos de todas as ciências ligadas ao mundo empresarial e a Contabilidade cumpriu o seu papel através de seus grandes intelectuais, com destaque para os europeus e dentre estes os italianos, franceses e alemães, principalmente.

Hoje, todavia, não se torna mais possível, para enfrentar o futuro, limitar-se ao empirismo e nem a uma cultura enclausurada apenas nos domínios de como informar.

Estamos vivendo uma outra fase da civilização, a que os historiógrafos denominaram de ‘Era do Conhecimento’ e na qual as realidades são outras e onde fatores diversos influem sobre a vida da riqueza das células sociais.

Progressos presentes rumo ao futuro da contabilidade

As exigências sociais, aquelas do mercado, os abusos da especulação pelo dinheiro, a quebra da privacidade das células sociais, a desmedida ambição pelo poder, a corrupção, a perda de alguns preceitos éticos essenciais, a abusiva burocracia e intervenção do Estado na vida das pessoas, a exigência do respeito para com a vida no planeta, a pressão das massas sobre os empreendimentos, a velocidade extrema das comunicações, o progresso espantoso no processo da informação, as aplicações científicas cada vez mais ousadas em quase todos os ramos do saber humano, como já se referiu, foram os fatores básicos que inspiraram as modificações conceptuais em Contabilidade.

Solução para os problemas advindos das transformações aludidas foi a de assumir novos posicionamentos na forma de desenvolver os raciocínios e de sustentar doutrinas; o surgimento do neopatrimonialismo foi um passo natural para o progresso da ciência contábil diante das circunstâncias impostas pelos progressos ocorridos no século XX.

Tornou-se necessário dar às doutrinas, do início do século XXI, uma visão holística e nisto me inspirei para estruturar uma “Teoria Geral do Conhecimento Contábil”.

O progresso da Contabilidade precisava estar em nível igual ao do progresso da humanidade.

Foi quando entramos na era filosófica da nossa disciplina, que se mudaram os rumos; tal câmbio seria inevitável, pois, assim, também, ocorreu com as demais ciências e desta forma está a exigir-se o comportamento perante o futuro.

A filosofia deveria ser a base de um Neopatrimonialismo, alimentando, assim, também, os fundamentos de uma grande corrente de pensamento científico.

A obra de Francisco D’Áuria em 1949 (bases sistemáticas), a tese de Hilário Franco em 1950, a minha obra Filosofia da Contabilidade (bases lógicas), em 1952, seguida daquela de Masi, em 1962 (Epistemologia contábil), foram importantes para que nos anos 70 eu desenvolvesse tudo o que já anteriormente tinha como convicções e ambições para um aumento de qualidade do conhecimento contábil.

Metodologia para uma contabilidade aplicada ao meio ambiente natural

Tem sido natural a prática anteceder à Teoria.

Perceber, sentir que os fatos sucedem, ter necessidade de entender o que se passa, é algo emocionalmente explicável e justificável que aconteça.

Assim vem ocorrendo no campo da Contabilidade em relação a diversas especializações de estudos.

Nas últimas décadas do século passado a humanidade despertou para um maior respeito à vida no planeta, considerando os graves danos causados pela era anterior e que fora a da industrialização.

Surgiram os estudos de “Bioética”, ou seja, os do comportamento do homem perante o seu ambiente ecológico e estes começaram a ensejar a edição de leis de proteção ambiental e também a tanger outros ramos de conhecimento, dentre estes os das ciências da Contabilidade.

Normas foram expedidas por organismos reguladores, em diversos países, exigindo que opiniões de auditores fossem emitidas a respeito das responsabilidades pertinentes a preservação ambiental e as influências que estas poderiam causar em face de investimentos e custos, quer presentes, quer futuros.

Objetos de exame contábil passaram principalmente a ser, perante o ambiente natural, os relativos a: Riscos Ambientais, Recuperação do Meio Ambiente Natural, Recuperação de exaustões possíveis de reposição, Criação de Reservas de Recursos Naturais etc.

O comportamento das células sociais perante a estes elementos justificou o aparecimento de um ramo de especialidade dentro dos estudos contábeis.

Tomou-se como objeto de indagações as relações entre as necessidades naturais de empresas e instituições e as necessidades da humanidade como um todo em relação à vida da natureza.

O método de exame não se situa, todavia, entendo, em apenas determinar o que se investe e o que se extrai nessa correlação.

A recíproca influência entre a natureza como fonte supridora, a célula social como consumidora e modificadora e a continuidade destas correlações é o que deveras nos parece importante.

Como a azienda continuará sua vida em face da continuidade de vida do planeta, esta, sim, é a meta a ser analisada em face das transformações de ambos os fatores referidos, ou seja: natureza e capital.

A Contabilidade não se preocupa com as influências biológicas, botânicas, zoológicas, geológicas, mineralógicas, em si, mas, sim com o que estas podem influir sobre o presente e o futuro das células sociais em razão da vida da riqueza, esta que se sujeita a transformação constante.

Limitando-se ao vetusto e acanhado ângulo de visão em que se situam os empíricos e pragmáticos de nossa disciplina, a dita Contabilidade Ambiental tem-se limitado (quase sempre e até agora) a enfocar o campo da informação, sem ainda visualizar a profundidade dos fenômenos e das relações que essencialmente ocorrem na riqueza, renunciando, em defluência, a um estudo deveras científico.

São justas, todavia, as preocupações manifestadas neste particular em face de um Plano de Contas e de demonstrações específicas.

O plano referido, todavia, depende de que informação este deve ensejar e sistematizar e esta da visão universal do conhecimento que só o aspecto científico poderá oferecer.

Em um plano de tal natureza assumem papel relevante as potencialidades de custos e investimentos, ou seja, das denominadas “contingências”, tanto as de natureza ativa quanto passiva.

Também, apropriadas, são as atenções voltadas para as avaliações não exclusivamente financeiras.

O qualitativo, em tal ramo do conhecimento contábil vem ganhando espaços como têm ocorrido nos demais outros especializados (especialmente os da área social).

O valor monetário é importante, mas, ao longo da história da Contabilidade nem sempre o encontramos como o exclusivo.

A capacidade de utilização da riqueza pode ser medida por outros critérios e estes tenderão a evoluir cada vez mais a partir de estudos que na segunda metade do século XX foram desenvolvidos por alguns estudiosos como o tailandês Ijri (IJRI, Yuji – Management goals and Accounting for Control, edição North-Holland, Amsterdam, 1965).

Relações ambientais internas como valor humano

A denominação “Capital Intelectual” e aquela de “Recursos Humanos” foram usadas com freqüência na literatura das ciências aziendais, mas, com maior ênfase nas últimas décadas do século XX.

Manifestou-se com tais conceitos a capacidade do agente interno de atuação sobre a riqueza, ou seja, a do pessoal aplicado em suas diversas funções.

Uma célula social seja empresa, seja instituição, é composta de dois elementos básicos: ser humano e riqueza sendo aquele o agente principal e esta a matéria que aciona se transforma e se torna o objeto de nossos estudos.

Por natureza o homem age sobre a riqueza para movimentá-la, quer como idealizador do movimento quer como promotor, quer como transformador ativo.

Ou seja, a ação humana se desenvolve atravez da vontade, do comando, da ação direta transformadora e tecnicamente dizemos que estas são as funções volitivas, diretivas e executivas.

Financeiramente preocupou-se em evidenciar as aplicações em tais forças agentes como sendo elementos de custos e despesas, de natureza apenas financeira e reditual.

Agora, com a denominada Contabilidade dos Recursos Humanos ou Contabilidade Intelectual (segundo outros), visa-se a destinar um ramo do nosso conhecimento para o estudo das influências que o ser humano determina como transformador da riqueza que deveras o é.

Não se trata de analisar o homem em suas reações mentais e físicas, mas, sim o que tais atitudes representam em face da variação patrimonial.

A metodologia que nos parece correta na Contabilidade de Recursos Humanos é a que releva o aspecto qualitativo, ou seja, a que deflui do confronto entre a qualidade do “valor humano” e a qualidade da eficácia da ação deste, seja, presente ou futura.

A denominada “Inteligência Emocional”, em meu entender, deve ser analisada como a de um “fator agente na promoção das funções dos meios patrimoniais” e como tal é dimensionavel e estudavel em face do ambiente interno da célula e também do que pode extrapolar a esta.

Quanto mais uma empresa aplica, por exemplo, em treinamento de pessoal e maior é a tendência em obterem-se melhores resultados nos setores e trabalhos pertinentes à qualidade do treinamento e da absorção deste pelo pessoal.

Acompanhar o que um investimento em recursos humanos representa em face da prosperidade empresarial é algo importante, requerendo, todavia, procedimentos e análises específicas, justificando uma especialidade contábil.

O futuro tenderá a desenvolver expressivamente este ramo e as próprias exigências do mercado já determinam índices especiais para as cotações em bolsa de valores relativos ao “conhecimento” acumulado nas empresas.

A visão contábil material do que em realidade é imaterial processa-se na determinação de valores monetários quando se projetam os lucros que podem advir atravez dos recursos humanos, intelectuais e de processos criados pelo pessoal e que podem ser convertidos em resultados positivos.

Contabilidade social

O que uma empresa, uma instituição, representa para a sociedade, como partes integrantes dela, como se comportam em relação aos elementos humanos que as constituem, ensejaram preocupações relevantes dos poderes a partir do início do século passado.

Analisar a célula social em face do organismo que a contêm gerou indagações específicas e no que concerne à riqueza uma missão específica para a Contabilidade.

Tão a sério foi levada esta questão que alguns países hoje, bem orientados em suas economias, só aceitam investimentos estrangeiros depois de verificarem quais os impactos sociais dos mesmos.

No futuro tal prática deverá alastrar-se e os balanços sociais, assim como as demonstrações pertinentes, tenderão a ser obrigatórias.

O balanço social, todavia, não se confunde com a Contabilidade Social, pois, esta é uma aplicação da doutrina geral da ciência e aquele apenas um demonstrativo de situações defluentes de registros e que visa a evidenciar efeitos específicos.

Quem examina a monumental obra de Moisés Garcia, “Contabilidad Social”, editada pelo ICAC, do Ministério da Economia e Fazenda da Espanha, poderá ter uma perfeita noção desta diferença conceptual referida.

Enquanto um balanço tem por objeto uma evidência de situação, uma doutrina se preocupa com diversos enunciados e princípios sobre as verdades defluentes de um conjunto de relações que desenvolve.

Doutrina gera ensinamento e balanço interpretações por análises; enquanto aquela é geral este é específico; não há, pois, como confundir Balanço Social com a Contabilidade Social.

É axiomático que uma empresa, por exemplo, sofre a influência da sociedade onde se insere, mas, também o é que ela influi sobre esta e tais fenômenos se analisam sob a égide de teorias próprias, de doutrinas pertinentes.

Há um efeito circulatório de influências que é egresso da célula e que também tem ingresso nesta e estes fatos são objetos específicos de estudos.

A denominada Contabilidade Social tem por escopo, portanto, a análise desta correlação entre a célula e o organismo social.

Os registros dos fatos, todavia, organizados, são aqueles que se vão espelhar, dentro de uma tecnologia de procedimentos, no Balanço Social.

Uma coisa é a informação sobre acontecimentos e outra a explicação dos mesmos acontecimentos.

A tarefa informativa fica com a escrituração dos fenômenos atinentes ao entorno e a explicativa, esta a das realidades das correlações entre célula e organismo social, com a Contabilidade Social.

O que a empresa se beneficia, o que ela traz de benefícios, o que prejudica, o que é prejudica pela sociedade, formam os aspectos sob os quais a riqueza individualizada é observada na denominada Contabilidade Social.

O futuro acena para a intensidade de tais análises, embora, neste particular, ainda ocorra uma distorção entre os interesses efetivos de grupos detentores do poder e da riqueza e os dos interesses gerais da sociedade.

Alberto Einstein, em sua obra “Como vejo o mundo” muito bem acentuou a deterioração de opiniões e de formação de idéias e razões contra o interesse pelo social, acompanhando o que há quase dois milênios e meio também já o fizera, sob outra faceta, mas, com o mesmo objetivo, Aristóteles (em sua obra A Política).

A opinião destes gênios, separada por tanto tempo, mas unida por propósitos semelhantes, nos faz temer por uma solução imediata que promova um equilíbrio, mas, considerada a aceleração com que se tem transformado o mundo, é bem possível que no futuro a Contabilidade Social venha a ocupar o destaque que efetivamente merece.

A contribuição da Contabilidade para que seja possível alcançar maior justiça através da maior prosperidade das células e da sociedade é, sem dúvida, uma das perspectivas que se deve admitir.

Relações ambientais do mercado

A concorrência comercial, especialmente aquela que tem a frente grandes empresas multinacionais, tem sido o motivo de pressões peculiares sobre o mercado.

Tal fato sinaliza para uma tendência de crescimento, ou seja, a forma como se têm concentrado os capitais e a penetração cada vez mais aguçada em várias nações, de grupos econômicos poderosos, acena para um futuro onde o poder competitivo será cada vez maior.

A sobrevivência das empresas, entretanto, estará ameaçada se esta realidade não for compreendida e se não se modificarem os critérios de gestão dos capitais com controles sobre o poder especulativo de um pequeno grupo que hoje ainda domina os mercados financeiros mundiais.

Não há qualquer dúvida, entretanto, de que o futuro ainda estará, por um vasto período, imerso em uma luta comercial cada vez mais acirrada (esta que até guerras sangrentas muitas vezes provocou no curso da história das civilizações).

As empresas tenderão cada vez mais a buscar a orientação de profissionais competentes e também adotar tecnologias de ponta para resistirem a pressão competitiva.

Já se cogita de uma denominada Contabilidade Mercadológica e que terá como objeto o estudo específico dos fatores que influem no regime das competições comerciais, ou seja: Preço, Qualidade e Motivação.

Os novos critérios de custos, mais preocupados com o preço que com a produtividade, a preocupação com a qualidade, com o estudo das rejeições, defeitos e da satisfação dos clientes e o estudo do valor de pesquisa para conquistas de novos espaços comerciais são alguns dos objetos de indagação que se desenvolvem na Contabilidade de nossos dias.

Tais estudos tenderão, entendo, a se desenvolver e a se agruparem em uma doutrina específica.

O comportamento da riqueza em face da luta de mercados justificará um ramo da ciência contábil que poderá ser intitulado de “Contabilidade Aplicada a Competição nos Mercados”, “Contabilidade de Estratégia Mercadológica” ou mais simplesmente, embora não tão propriamente, de Contabilidade Mercadológica.

Tal ramo incluiria todo o acervo de doutrinas pertinentes, inclusive o de previsão de vendas em face do potencial de consumo, assim como o comportamento dos competidores, as novas linhas de oferta, o esforço e a eficácia em face da presença da empresa no mercado, os efeitos perante os clientes etc.

As observações realizadas em setores como os referidos tendem a cada vez mais serem objetos de registros, ensejando planos de contas especiais e todo um sistema demonstrativo específico.

Tanto poderá tal procedimento ser desenvolvido como o de estratégia, como se inserir em um conjunto amplo de “resultabilidade” onde se associaram outros fatores, mas, tudo indica que a soberania dos mercados terminará por exigir que as empresas cuidem deste assunto com toda a especialidade que requer.

A dilatação comercial, operada com a ampliação das áreas de “mercados comuns”, cada vez de maior extensão, tenderá a consideravelmente acelerar o aprimoramento da referida “Contabilidade Mercadológica” e disto já se está possuindo exemplos vigorosos em relação à Europa e Ásia.

Ainda não está havendo uma perfeita coordenação, como desejável seria, mas, parece-me inevitável que as áreas se ampliem, mesmo sem respeito a problemas geográficos.

Política governamental e economocidade

A intervenção cada vez mais profunda do Estado na vida das empresas e das instituições, assim como a burocracia defluente, têm sido constantes ameaças ao crescimento e a sobrevivência de diversas empresas.

Alguns segmentos têm sido privilegiados e outros têm sofrido as conseqüências de pesados tributos e as da sustentação de uma máquina estatal quase sempre pesada.

Em nosso país ainda muitos são os problemas decorrentes de uma técnica contábil mal enfocada no campo das leis promulgadas e igualmente estas têm sustentado notórios privilégios (a Bancos, a Exportadores, a Especuladores Financeiros, especialmente).

Ou seja, muitas são as falhas contábeis e as de tratamento no mercado que se inserem nas leis comerciais e fiscais.

O futuro acena para uma não reversão imediata deste processo, pois, enquanto a lei tem pressionado os indivíduos e empresas menores dimensionadas, os grupos econômicos mais poderosos se fazem presentes na máquina do Estado para dominá-lo, legislando ao seu sabor.

Em um singelo silogismo pode-se concluir que se o Estado domina a maioria do povo e se uma minoria econômica domina o Estado é a minoria econômica que domina a maioria social.

A Contabilidade tem sido usada como instrumento da referida minoria (não só no Brasil) sendo esta uma das razões da ausência de uma harmonização internacional de normas.

As empresas paralelamente se têm defendido do Estado com os seus “planejamentos tributários”, praticando a elisão fiscal e às vezes, ousadamente até a “evasão”.

O Estado tem contra-atacado com pesadas cargas tributárias, intervenções nos destinos particulares de pessoas e empresas e uma acentuada burocracia, também usando de todos os recursos contábeis, mesmo os inadequados, para sustentar seus objetivos.

Entendo que o progresso dos estudos contábeis poderá ser um anteparo contra as pressões fiscais, mas, também entendo que exista uma vocação para o aprimoramento do Estado em relação aos assuntos contábeis de melhor qualidade.

Em defesa desta tese pode-se citar como exemplo o que está ocorrendo na União Européia.

As diretrizes contábeis na referida União representam alguns avanços em relação a situações anteriores e muitas delas estão a serviço da clareza que não só abrange ao mercado de investimentos, mas, também aos interesses fazendários dos países.

O ideal, é óbvio, será sempre uma interação, ou seja, a empresa contribuindo com lisura e o Estado posicionando-se como um grande coordenador e incentivador das atividades, aplicando uma justiça social.

A ajuda que a Contabilidade pode oferecer é relevante e assim tenderá a ser gradativa e expressivamente.

O aprimoramento da fiscalização tributária tenderá a apelar cada vez mais para a mão de obra altamente especializada dos profissionais da Contabilidade e isto já ocorre em alguns paises e se acelera no Brasil da atualidade.

Quer o Estado, quer as empresas, dependerão sempre e cada vez mais de uma tecnologia contábil de ponta.

Ciência e tecnologia

O avanço das ciências em geral tende ao irreversível.

O aumento quantitativo e qualitativo das pesquisas tem garantido o progresso científico e ampliado a utilidade das coisas, criando novas necessidades aos consumidores.

Se por um lado isto beneficia as práticas de mercado com outras capacidades, por outro, também, tem prejudicado a estrutura dos capitais já constituídos, fazendo com que veículos, máquinas, ferramentas e equipamentos se tornem rapidamente obsoletos.

A perda funcional de um meio patrimonial sempre se opera quando há uma superação de utilidade efetivada por outro que surgiu com maiores recursos.

Não é mais o estado físico de algo que o torna atualizado, mas, sim, a capacidade de render serventia.

No campo da eletrônica tal fato vem ocorrendo em curtíssimo prazo, atingindo os capitais não só em seus valores, mas, especialmente em capacidade de produção e competição.

Antes, não faz muito tempo, e a depreciação era o ponto principal de preocupação quanto a reintegração de capitais.
Ressaltava-se a importância da recuperação física.

Hoje, sem dúvida, a questão de relevo é a da recuperação funcional.

As doutrinas neopatrimonialistas ofereceram a tese das funções sistemáticas como responsáveis pela eficácia e defendem o funcionamento paralelo do capital com aquele dos entornos do mesmo, dentre os quais se destaca, também, o progresso pela ciência e pela tecnologia.

O futuro tornará a exigência da criação de fundos de obsolescência com muito maior empenho que aqueles de depreciação e isto exigirá mudança na política de custos e na de estratégia de mercado.

Não há dúvida que um novo campo de estudos se abre e que é preciso com responsabilidade enfrentar essa crescente influência de corrosão dos capitais.

A questão abrangerá um planejamento especial com reflexos em orçamentos mais rigorosos quanto à reintegração da força funcional e tratamento específico quanto a distribuição de resultados e a formação de reservas para riscos.
Contabilidade gerencial e futuro

A especialização dos estudos contábeis em relação aos fatos relativos às decisões administrativas representou um avanço característico do século XX.

A orientação dos contadores aos empresários e a posição destes como conselheiros têm provas históricas longínquas, em milhares de anos, mas, a formação disciplinada dos assuntos, de forma científica e tecnológica só se operou deveras a menos de um século.

Os esforços no sentido de doutrinar sobre o controle e a orientação (que se produziram sob a denominação de Contabilidade Gerencial) sofreram, todavia, o impacto das transformações ocorridas na segunda metade do século passado, exigindo novas posições.

A vocação da matéria direcionou-se mais para a questão de custos (perante uma estratégia de mercados) que mesmo para controles internos e financeiros como de início parecia ser o preferencial em tal ramo, especialmente quando com ênfase surgiu na década de 60 do século XX.

È natural que a importância de um estudo se evolucione pelo ritmo das utilidades que deva prestar e que estas visem à satisfação de uma hierarquia de necessidades pertinentes.

É o caso que no momento ocorre e que tende a aguçar-se cada vez mais, ou ainda, a abertura dos mercados e a concentração dos capitais tornou a concorrência algo prioritário.

Os fatores que enunciei como transformadores são os que hoje mais preocupam a Contabilidade Aplicada às Decisões Administrativas.

O gerencial precisará, inevitavelmente, cada vez mais, de modelos contábeis científicos, mas a predominância prosseguirá sendo a de natureza estratégica, não só de defesa, mas, especialmente de ataque, enquanto perdurar a voracidade pelo lucro defluente de uma agressão cada vez maior dos espaços de consumo.

A denominada “Contabilidade de Gestão” (que o prof. Carlos Mallo Rodriguez parece ter sido o autor da denominação) e que veio suprir uma nova situação doutrinária, tem já limites definidos que acenam para um porvir onde se classificará cada vez mais como uma tecnologia de ponta.

Não que seja esta a única forma de interesse, mas, sem dúvida porque se situa como hierarquicamente preferida.

Não só o que se produz, mas, a finalidade para a qual se produz parece ter sido a vocação dessa orientação metodológica que Mallo, Mir, Requena e Serra destacam em sua obra e que evidenciam como a base que sinaliza o futuro da Contabilidade para fins internos da empresa (na obra destes autores Contabilidad de Gestión, edição Ariel, Barcelona, 1994).

Seguindo tal raciocínio entenderam ainda esses valorosos autores modernos que a questão principal não está apenas nos custos em si mesmos, mas especialmente na estratégia empregada para que os mesmos se formem como instrumentos adequados de competição e esta como condição para a formação de lucros que possam deveras remunerar a atividade, garantindo-lhe a continuidade.

Entendo que tal caminho seja deveras prioritário, mas não o entendo como o exclusivo.

Na realidade a prosperidade efetiva depende da eficácia de todos os sistemas de funções patrimoniais e é isto que sustento em minha teoria das funções sistemáticas.

A uma empresa não basta ter custos competitivos e lucros proveitosos se não possui boa liquidez, se não tem investimentos adequados, se não se protege contra o risco, se desperdiça, se não possui vitalidade compatível com a sua necessidade.

As funções da riqueza são autônomas, mas devem exercer uma interação eficaz entre si; uma empresa pode ter lucratividade e não ter produtividade; pode ter produtividade e não ter liquidez; pode ter liquidez e não se proteger contra as incertezas etc.

Uma harmonia dos sistemas de funções patrimoniais é a que conduz a prosperidade perfeita e esta parece ser deveras a sinalização correta para a produção dos futuros modelos de comportamento da riqueza das células sociais.

A metodologia dos modelos que devem ensejar a tomada de decisões precisa, pois, orientar-se por uma visão holística e não há dúvida que esta posição do neopatrimonialismo contábil é a que tende a prevalecer.
Simbiose científica

Entendo que tal será a aproximação da Contabilidade Gerencial com a Administração e tal será a importância daquela que até uma simbiose poderá ocorrer.

O primeiro passo admito foi dado quando Villa, em 1840, escreveu seu Tratado de Contabilidade associado a fins administrativos.

Não creio que haveria perda de autonomia, mas, sim, um gigantismo tal da Contabilidade Gerencial que ela passaria a realizar uma simbiose no intento de produzir doutrinas onde se somariam os interesses comuns de tais disciplinas.

É obvio que tal coisa só poderia ocorrer em relação a uma nova finalidade que viesse a se estabelecer e que seria, por exemplo, a de uma visão especial da administração patrimonial, mas, isto cada vez parece estar mais perto de ocorrer.

Vargas Sánchez na obra que editou em 1999 acena para uma direção estratégica que difere dos moldes clássicos ao enunciar que o ser humano é o centro de todas as coisas e este a matriz que inspira a transformação das empresas, mas, condicionado sempre a limites de possibilidades que precisam ser constantemente analisadas.

Não há dúvida que o homem é determinante, mas, é a conseqüência dos atos deste e dos que nos entornos da riqueza se produzem os que formam os agentes das transformações.

Não é o homem que se torna objeto de estudos na Contabilidade, mas, sim os fenômenos que ocorrem na riqueza e que não são apenas provocados pelo ser humano, mas, também por outros fatores.

A doutrina neopatrimonialista ressalta exatamente isto quando organiza as relações lógicas que formam o fato patrimonial e que precisam ser consideradas com todo o rigor.

Acredito que é nesta conexão que a simbiose poderá vir a operar-se, ou seja, naquela do entorno interno da riqueza.

Em brilhante trabalho que nos apresenta o Prof. Joaquim Agostinho Mendes Leite (apresentado sob o título Contabilidade de Gestão Contingencial, como dissertação de mestrado à Universidade Aberta de Lisboa, em setembro de 2.000) é possível vislumbrar a tese que defendemos da visão holística, ou seja, representa mais uma contribuição de valor na direção de uma simbiose em condições que enfocam não só os fatos presentes, mas, também os de futuro incerto.

A nova célula social e a sociopatrimoniologia

O lar, a prefeitura, a escola, o hospital, o clube, a mercearia, a padaria, são algumas das células sociais (como o são muitos milhões de empresas e instituições), mas, todas estão compostas de pessoas e patrimônio, realizando atividades continuas e perseguindo a satisfação de necessidades definidas.

A eficácia de tais empreendimentos depende da riqueza que é gerida e os modelos de gestão para a eficácia são matérias que defluem dos estudos contábeis.

Sendo a Contabilidade a ciência do patrimônio é ela quem se incumbe de ditar a eficácia das células sociais e quando todas as células forem eficazes também a sociedade o será.

É fácil concluir que a Contabilidade é a ciência que tem competência para acenar para os rumos da estabilidade das nações.

Não será exagerado afirmar que o futuro da sociedade depende do futuro da Contabilidade.

Se a satisfação da necessidade produz a eficácia em cada empreendimento e se a sociedade é constituída pelos empreendimentos é óbvio que a estabilidade global depende daquela das unidades.

Entendo que tudo acena para que no futuro exista uma ciência que se preocupe com a criação de novas células sociais para uma nova sociedade e que ela terá por base a Contabilidade.

Assim como hoje a biogenética se ocupa de novas células que transformadas são competentes para a eficácia de um novo organismo, admito que haverá uma SOCIOPATRIMONIOLOGIA que se preocupará com o estudo de uma nova célula social absolutamente eficaz.

A Contabilidade, a Administração, a Economia, a Sociologia, o Direito (que somadas contribuirão para essa nova ciência) conservarão as suas autonomias, mas, seguirão a metodologias especificas na busca de novas células sociais.

Assim está acontecendo com a Física, a Química e a Biologia que se fundem na Biogenética sem, todavia, perderem as suas autonomias e sem desaparecerem.

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