Você conhece bem o perfil de quem trabalha em sua empresa de contabilidade?

Ótimo, pois assim seu escritório de contabilidade está muito bem situado num fator decisivo para o sucesso de toda empresa.

Mas se a resposta for não, lembre-se: sempre é tempo de começar, e as dicas deste artigo se propõem a ajudá-lo.

Saber onde estamos e até que ponto pretendemos chegar é, sem dúvida, privilégio de quem conhece muito bem a si mesmo.

Imagine, então, os efeitos disso quando se pensa em equipes e departamentos, que embora tenham suas individualidades, podem – e devem – remar na mesma direção dos seus colegas, para que todos juntos mantenham-se fiéis à rota escolhida pela empresa onde trabalham.

Especialistas em Recursos Humanos que o digam, pois o Santo Graal da área é justamente mapear constantemente os colaboradores e os setores aos quais eles pertencem, considerando a classificação predominante de perfis: comunicador, executor, planejador e analista.

A melhor combinação desses comportamentos, seja qual for a atividade em questão, é capaz de manter o time unido e jogando bem, cada qual na posição onde possa render mais e ser feliz, inclusive por ver em sua empresa um negócio vencedor, onde vale a pena ir todos os dias.

Primeiro passo

Por mais que a rotina cotidiana sob o mesmo teto corporativo, e até mesmo as conferências remotas, tão populares nesses tempos de pandemia, possam parecer suficientes para que as pessoas se conheçam muito bem, na prática não é bem assim.

Quanto maior a empresa, mais difícil se tornam as interações interpessoais, sendo frequente a convivência entre ilustres desconhecidos, uma causa recorrente de mal aproveitamento de talentos, turn over elevado, inadequação entre perfis e cargos ocupados, e assim por diante.

Com a finalidade de auxiliar na reversão desse quadro, existem sistemas de Gestão Comportamental, ferramentas eficazes voltadas à análise do perfil de cada colaborador, justamente o pontapé inicial para que um trabalho do gênero, com bases científicas, seja implantado.

Esses softwares buscam as reações individuais diante de diversas situações do dia a dia, ajudando assim na identificação dos diversos perfis existentes no quadro. Em suma, quem realmente ajuda a empresa a se desenvolver e aqueles que acabam emperrando o seu avanço.

Lideranças na mira

Os esforços empreendidos na etapa anterior só podem obter resultados satisfatórios quando os líderes e gestores realmente abraçam a causa, algo que depende do seu envolvimento com o tema.

Esses níveis da organização necessitam, portanto, estar conscientes de que uma clara visão do perfil de seus times não é sinônimo de infinitas reuniões e divagações filosóficas, mas sim uma forma concreta de aumentar a assertividade na distribuição de tarefas, execução de estratégias, orientação pessoal e cobrança de resultados.

Para que tais benefícios surjam, os ocupantes dos postos mais elevados da hierarquia precisam ser devidamente comunicados e motivados, inclusive ao saber de que forma poderão tirar proveito, em seus respectivos departamentos, do melhor conhecimento do perfil apresentado pelo material humano disponível.

Focos de Conflito

Por mais que muitas vezes os opostos se completem, manter certas pessoas lado a lado nua equipe equivale a deixar perigosamente próximos dois fios desencapados.

Essas ocorrências são pródigas em abalar o clima de forma geral, contagiando o restante da equipe e trazendo reflexos diretos na sua tranquilidade, tornando desta forma todos menos produtivos.

Esses choques iminentes tornam-se bem mais evitáveis após o levantamento, de forma sistemática, do perfil dos colaboradores.

Afinal, todos perdem quando discussões, disputas, revanchismos, bate bocas e afins acabam ocupando um tempo precioso, que deveria ser usado para fazer o trabalho de todos evoluir e, consequentemente, a própria empresa.    

Equilíbrio, sempre

Não se pode, contudo, dizer que o ideal seja reunir pessoas com características semelhantes para garantir o sucesso do time.

O segredo, na verdade, é utilizar com equilíbrio a diversidade que costuma tornar-se evidente após o levantamento dos perfis existentes na casa. Em outras palavras, aproveita-se o que cada um tem de melhor.

Até mesmo porque alguém fadado ao insucesso em determinada função e setor pode ser a solução dos sonhos de outra área, ao se deparar com novas rotinas, novos colegas e chefes.

Ou seja, guardadas as devidas proporções, o conhecido adágio do sapato velho para o pé cansado cabe como uma luva nestes casos.

Encoraje o autoconhecimento

O mesmo corre-corre diário que, muitas vezes, impede uma empresa de conhecer melhor quem nela trabalha, é causa frequente de colaboradores em crise existencial, sem saber exatamente a que vieram.

Minimizar esse estado de ânimo funciona muito bem, seja qual for o perfil da pessoa.

Ao conhecê-la melhor, fica mais fácil evitar uma demissão mal decidida, uma vez que se identifique a conexão entre seus objetivos e o da organização.

O clima torna-se favorável a tais reflexões quando são cultivados hábitos como o de ouvir os funcionários acerca de seus anseios e atendê-los, sempre que possível, quando isto significar um ganha-ganha com a empresa.

A realização de palestras, estágios em diferentes setores e unidades, assim como sessões de coaching, são algumas opções para se encorajar este saudável autoconhecimento, que também costuma ser pródigo no fortalecimento de laços e surgimento de lealdade recíproca.

Lugar certo

Salvo tenha escolhido o curso errado, um estudante de Relações Públicas que ainda não conseguiu se encaixar em sua área tem muito mais chance de se sair bem num departamento que requeira boa comunicação, seja qual for o ramo de seu empregador.

Nem sempre, porém, as evidências são tão fortes em relação ao que pode ser esperado de alguém, cabendo, portanto, ao gerenciamento de perfis detectar possíveis talentos mal aproveitados dentro de casa.

Vale lembrar que nessa autêntica garimpagem pode haver quem não possua, teoricamente, o perfil ideal para este ou aquele posto, mas seu bom desempenho na prática acaba demonstrando não haver lugar melhor para ela.

Conclusão

Após conhecer o DNA de cada área da empresa, pode-se finalmente partir para a análise da interação entre os diferentes setores, tomando como base suas respectivas peculiaridades.

Embora a diversidade de comportamentos favoreça o surgimento de novas ideias e soluções, departamentos que lidam com o longo prazo costumam valorizar os planejadores, da mesma forma que os dedicados a análises preferem os craques em planilhas, e assim por diante.

Isto acaba beneficiando não só o desempenho individual dos setores, mas também da verdadeira orquestra harmoniosa à qual uma empresa com as pessoas certas nos postos adequados representa.    

Já os dados obtidos sobre os perfis dos colaboradores e dos departamentos onde elas atuam   devem ser coletados periodicamente e mantidos de maneira organizada, para garantir a memória do processo.

O resultado de todo esse esforço dificilmente será outro que não a harmonização dos esforços, com mais gente remando forte e na direção que sua empresa e você realmente desejam.